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Enviado da ONU alerta para risco de massacre em Kobani

Emissário invocou matança em Srebrenica ao pedir ação global para conter avanço do Estado Islâmico em cidade na fronteira com a Turquia

Por Da Redação
10 out 2014, 21h23

O grupo terrorista Estado Islâmico (EI) tomou nesta sexta-feira o quartel-general das forças curdas em Kobani e se aproximou ainda mais da fronteira com a Turquia. Diante do avanço, as Nações Unidas alertaram para o risco de “massacre” se a cidade síria for completamente tomada.

Em Genebra, o emissário especial da ONU para a Síria, Staffan De Mistura, invocou o massacre de Srebrenica ao pedir ajuda para conter o avanço extremista em Kobani. “Vocês se lembram de Srebrenica? Nós sim… e provavelmente nunca vamos nos perdoar por aquilo”, disse, ao fazer um apelo para que “alguma coisa seja feita”.

A referência é ao massacre de 8.000 civis bósnios muçulmanos por militares e paramilitares sérvios ocorrido em 1995. O representante da ONU afirmou que aproximadamente 700 civis ainda estão no centro de Kobani, a maioria idosos, e até 13.000 estão concentrados perto da fronteira. Se a cidade cair, serão todos “provavelmente massacrados”, alertou. “Existe uma lei humanitária. Existe Srebrenica. Existem imagens que nós não queremos ver, nós não conseguimos ver, de pessoas decapitadas, militantes ou civis”.

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Os ataques aéreos da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos não estão conseguindo conter o avanço do EI, que estaria no controle de 40% da região e cada vez mais perto do território turco. De acordo com a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos, os jihadistas invadiram o QG curdo nesta sexta-feira no norte de Kobani, derrotando combatentes em menor número e com menos armas. Também nessa região, os extremistas perpetraram um atentado suicida que provocou a morte de dois combatentes curdos.

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Turquia – O enviado da ONU também pediu que a Turquia “autorize a passagem de armas e voluntários para que ajudem em sua autodefesa”, em uma referência aos curdos turcos que querem se juntar aos combatentes na Síria. No entanto, ministro turco das Relações Exteriores, Mevlut Cavusoglu, entrevistado pelo canal France 24, considerou que enviar civis para a guerra é “um crime”.

O chefe do principal partido político curdo da Síria também fez um apelo pela liberação da passagem de armamentos. “Seria ótimo se a fronteira fosse aberta o mais rápido possível para a passagem de armas”, declarou Salih Muslim, presidente do Partido da União Democrática (PYD). Ele se opôs, no entanto, à entrada do Exército turco em Kobani, algo que, em sua opinião, seria como uma “ocupação”.

Pressionado pela sua própria população e pela comunidade internacional a agir contra os jihadistas que estão perto da fronteira, o governo de Ancara ainda não deu ordem de ataque às suas tropas. O bem equipado Exército turco – a Turquia faz parte da Otan – mantém pelotões, tanques e outros veículos de combate próximos de Kobani, mas ainda não entrou em combate contra os jihadistas.

A Turquia mantém relações historicamente tensas com o povo curdo que vive em seu território e no norte da Síria e do Iraque. O grupo separatista Partido dos Trabalhadores do Curdistão é visto como um grupo terrorista e já foi acusado de cometer diversos atentados na Turquia.

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(Com Estadão Conteúdo e agência France-Presse)

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