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Coalizão retoma bombardeios, mas Turquia hesita em atacar o EI

Mesmo com os ataques aéreos, os jihadistas seguem avançando em Kobani. Turquia mantém tropas próximas, mas ainda não deu ordem de combate

Por Da Redação
10 out 2014, 07h48

Os aviões da coalizão internacional voltaram a bombardear alvos do grupo Estado Islâmico (EI) na cidade curdo síria de Kobani nesta sexta-feira, em mais uma tentativa de conter o avanço dos jihadistas, informou o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH). Pela manhã, a aliança liderada pelos Estados Unidos teve como alvo diversas zonas ao leste de Kobani, onde ocorrem confrontos entre os jihadistas e as Unidades de Proteção do Povo Curdo. A cidade de Kobani fica na fronteira com a Turquia, mas Ancara não mobilizou suas tropas para atacar os jihadistas, apesar da pressão internacional e de parte da população turca que se manifesta pelo país.

Pouco antes da meia-noite, os aviões bombardearam áreas de concentração dos membros do EI na periferia leste e no sul da cidade. Segundo a ONG, os radicais transportam munição em motocicletas aos combatentes que estão no interior de Kobani. O porta-voz das Unidades de Proteção do Povo Curdo, Ridor Khalil, disse à que os extremistas do EI começaram a usar esse tipo de veículo nos arredores de Kobani para evitar serem alvos fáceis dos bombardeios da coalizão, que costuma, atacar veículos de combate.

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Os extremistas dispararam projéteis contra diferentes bairros de Kobani e contra zonas fronteiriças com a Turquia nesta sexta-feira, tentando dominar a rodovia que liga a cidade ao território turco. O OSDH informou na quinta-feira que o EI já havia tomado mais de um terço de Kobani. O responsável pela defesa da cidade, Esmat Sheij Hasan, desmentiu a informação e afirmou que os jihadistas só têm em seu poder 25% do território. Kobani é um dos três principais enclaves curdos do norte da Síria e é alvo de uma ofensiva dos extremistas desde o dia 16. A cidade está rodeada pelo EI por leste, oeste e sul, mas não pelo norte, onde faz fronteira com a Turquia.

Turquia – O primeiro-ministro da Turquia, Ahmet Davutoglu, declarou nesta sexta que as acusações de que o governo ajudou o grupo jihadista EI na Síria são “mentiras sem fundamento”. Foi assim que o chefe do Executivo respondeu as acusações do principal partido da oposição, o social-democrata Partido Republicano do Povo (CHP, na sigla em turco), que na quinta-feira disse que a Turquia tem culpa no assédio do EI à cidade de Kobani por ter facilitado anteriormente a chegada de armas aos grupos extremistas que combatem na Síria.

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Pressionado pela sua própria população e pela comunidade internacional a agir contra os jihadistas que estão próximos da fronteira, o governo de Ancara ainda não deu ordem de ataque às suas tropas. O bem equipado Exército turco – a Turquia faz parte da Otan – mantém pelotões, tanques e outros veículos de combate próximos de Kobani, mas, apesar de fazer parte da coalizão internacional, ainda não entrou em combate contra os jihadistas. A Turquia mantém relações historicamente tensas com o povo curdo que vive em seu território e no norte da Síria e do Iraque. O grupo separatista Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK , na sigla em turco) é visto por Ancara como um grupo terrorista. O PKK já foi acusado de cometer diversos atentados na Turquia.

“A Turquia está tão contra o EI como contra Bashar Assad [o ditador sírio]”, disse Davutoglu em entrevista coletiva, sem mencionar o povo curdo. As declarações de Davutoglu foram feitas em uma visita à cidade de Bingöl, onde na quinta-feira dois comandantes policiais morreram após serem baleados. O primeiro-ministro informou que os agressores dos policiais já foram “castigados”, em referência à morte de quatro pessoas em uma operação policial, pouco depois do atentado.

(Com agências EFE e France-Presse)

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