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EUA identificam cidadãos americanos que lutam ao lado de jihadistas do EI

Em coletiva na Casa Branca, o presidente Obama admitiu que os Estados Unidos ainda não têm uma estratégia para combater os extremistas na Síria

Por Da Redação
29 ago 2014, 08h04

As agências de Inteligência dos Estados Unidos identificaram pelo menos doze cidadãos americanos que viajaram à Síria para lutar com os jihadistas do Estado Islâmico (EI) nesse país e no Iraque, reporta o The New York Times nesta sexta-feira, citando fontes oficiais que não foram identificadas. À medida que o EI se tornava mais forte nos últimos meses, mais estrangeiros foram para a Síria para lutar em suas fileiras, o que fez as autoridades europeias e americanas a aumentarem seus recursos para detê-los antes de saírem de seus países de origem, explicaram as fontes.

Segundo o relato, o EI se tornou mais atraente do que Al Qaeda para os potenciais combatentes porque o território que controla é regido por uma estrita lei islâmica. “Eles podem chamar a si mesmos de a verdadeira jihad [guerra santa]”, disse ao jornal um funcionário americano. Outro dos fatores que atrai para o EI é a “brutalidade” de suas práticas. Este mês o grupo publicou um vídeo com a decapitação do jornalista americano James Foley e nesta quinta foi divulgado que o repórter e pelo menos outros três reféns foram submetidos à tortura conhecida como ‘submarino’, segundo o Washington Post.

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Estima-se que mais de uma centena de americanos lutaram com grupos rebeldes – não só com o EI – desde o começo da guerra civil na Síria, há três anos. Desde janeiro deste ano até agora o número de cidadãos dos Estados Unidos que combatem na Síria dobrou, detalham as fontes do jornal nova-iorquino. O FBI trabalha neste momento, segundo o jornal, para descobrir mais informações sobre dois americanos que teriam sido assassinados lutando com o EI na Síria.

Os jihadistas ocidentais são hoje uma das maiores preocupações dos EUA e da Europa em relação à segurança. Muitos viajam ao Oriente Médio como turistas e lá engrossam as fileiras do terror. Por eles terem passaportes legais, passam com facilidade pelos controles imigratórios em aeroportos. Uma vez em território americano ou europeu, os jovens poderiam formar células terroristas e planejar atentados dentro de países ocidentais.

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Ataques na Síria – Em entrevista coletiva concedida na Casa Branca, nesta quinta-feira, o presidente americano, Barack Obama, admitiu que os Estados Unidos não têm uma estratégia para combater os jihadistas do Estado Islâmico (EI) que aterrorizam a Síria e o Iraque. O líder americano também sinalizou que não há planos de ataques imediatos dos EUA contra jihadistas na Síria.

É muito cedo para dizer quais os passos os Estados Unidos vão dar contra o EI na Síria, disse o presidente. “Não quero colocar o carro na frente dos bois. Ainda não temos uma estratégia”, disse Obama à imprensa, explicando que os Estados Unidos “não têm de escolher” entre o ditador sírio, Bashar Assad, e os combatentes jihadistas. “Precisamos de um projeto claro”, insistiu, prometendo consultar o Congresso sobre o tema. “Isto exigirá a estabilização da Síria de alguma forma”, estimou Obama, que mencionou a necessidade de se conversar com os “sunitas moderados que sejam capazes de governar”.

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Obama destacou que as ações militares conterão o avanço dos jihadistas apenas a curto prazo, e que uma erradicação permanente depende de ações políticas e diplomáticas em nível regional. “Continuaremos apoiando a oposição moderada, porque devemos oferecer ao povo da Síria uma alternativa a Assad, ou ao EI”, destacou Obama, avaliando que Assad perdeu “toda legitimidade” no plano internacional. “Não vejo nenhum cenário no qual Assad seja capaz de uma forma ou de outra de levar a paz a uma região que é predominantemente sunita. Até o momento, nunca demonstrou sua vontade de compartilhar o poder com eles, ou buscar um acordo”, acrescentou o presidente.

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O governo de Obama, que evoca há dias a possibilidade de ataques aéreos na Síria, está em uma posição difícil, já que Washington e Damasco seriam aliados nesse caso, para enfrentar um inimigo comum. O chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, general Martin Dempsey, considerou que os jihadistas podem “ser derrotados”, desde que também se concentre a atenção na Síria, e não apenas no Iraque – EUA já vêm há semanas apoiando militarmente as forças iraquianas .e curdas que combatem os jihadistas.

Na entrevista coletiva, Obama anunciou ainda que enviará o secretário de Estado americano, John Kerry, ao Oriente Médio para conseguir o apoio dos países da região contra os jihadistas do EI. “Fico satisfeito que países da região, países com os quais nem sempre estamos de acordo em muitas coisas, tenham reconhecido até agora a prioridade da ameaça que o EI apresenta para todos eles. E pedi ao secretário Kerry que viaje para a região para continuar construindo a coalizão de que necessitamos para enfrentar essa ameaça”, completou Obama.

(Com agência EFE)

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