Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

ONU acusa jihadistas de matarem civis em público na Síria

Brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, que preside comissão de investigação, faz duras críticas aos países-membros do Conselho de Segurança da ONU

Por Da Redação
27 ago 2014, 12h03

As execuções públicas de civis, assim como as amputações e chibatadas, tornaram-se um “espetáculo comum” às sextas-feiras nas regiões da Síria controladas pelos jihadistas do Estado Islâmico (EI), denuncia uma comissão de investigação da ONU em um relatório divulgado nesta quarta-feira. O documento detalha os horrores cometidos pelo EI, e também os massacres e atrocidades de outros grupos, além das próprias forças governamentais.

“Já afirmamos quatro vezes aos quinze membros do Conselho de Segurança: ‘vocês são responsáveis pela impunidade que reina na Síria'”, declarou à imprensa o presidente da comissão, o brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro. Ele reconheceu sua impotência para convencer o Conselho de Segurança – órgão apto para recorrer ao Tribunal Penal Internacional – de que é necessário agir no caso da Síria. “Há três anos recebemos provas contra os suspeitos, cada dia temos novos crimes. E a comunidade internacional não intervém”, criticou Carla del Ponte, também integrante da Comissão.

Leia também

NYT: Obama autoriza voos de reconhecimento sobre a Síria

Síria diz que não vai tolerar ataques dos EUA em seu território

Continua após a publicidade

Obama promete ser implacável contra o terror e… vai jogar golfe

O documento afirma ainda que os jihadistas estimulam e, às vezes, obrigam a população a assistir as execuções. A maioria das vítimas é de homens adultos, mas a comissão afirma que jovens com idades entre 15 e 17 anos e mulheres também foram executadas. A comissão que elaborou o relatório recebeu mandato do Conselho de Direitos Humanos da ONU para investigar e revelar as violações ao direito internacional no campo dos direitos humanos na Síria.

No texto, os investigadores acusam novamente o governo de Damasco de cometer crimes contra a humanidade e crimes de guerra. A comissão suspeita que a ditadura comandada por Bashar Assad lançou barris de explosivos com cloro em Kafr Zeita, Al-Tamana e Tal Minnis, oeste do país. “Há motivos razoáveis para pensar que utilizaram armas químicas, provavelmente cloro, oito vezes em um período de 10 dez dias no mês de abril”, afirma a comissão.

Leia mais:

Em VEJA: A cinco quilômetros do terror

Continua após a publicidade

‘Subcultura jihadista’ seduz jovens

Estados Unidos – Os Estados Unidos começaram a realizar voos de reconhecimento sobre a Síria para localizar potenciais alvos de ataques aéreos contra os jihadistas do EI. Nesta terça-feira, o porta-voz da Casa Branca Josh Earnest, afirmou que “não há qualquer projeto de coordenação com o regime sírio no momento em que enfrentamos esta ameaça terrorista”, mas um funcionário sírio – que pediu para ter a identidade preservada – garantiu que “a cooperação já começou e os EUA passam informação a Damasco através de Bagdá e Moscou”.

O governo sírio também deixou claro que qualquer ataque em seu território precisa de sua cooperação, pois, caso contrário, consideraria a atitude uma “agressão”. Os EUA, , que efetuaram mais de 100 ataques aéreos contra as posições do EI na região norte do Iraque desde 8 de agosto, cogitou na semana passada a possibilidade de atacar a vizinha Síria, após a decapitação do jornalista americano James Foley por combatentes do grupo extremista. Josh Earnest, no entanto, indicou que o presidente Barack Obama não tinha tomado uma decisão sobre eventuais ataques na Síria.

Caio Blinder: Ditador sírio optou por não combater o Estado Islâmico

Três anos após o início da guerra civil da Síria, um conflito que já matou mais de 190.000 pessoas, não há indicações de que os confrontos estejam próximos do fim. Os esforços para promover um diálogo entre representantes do regime e da oposição não apresentaram avanços até agora. Os protestos contra o regime para tirar Assad do poder se transformaram em uma violenta guerra civil sectária que dividiu ainda mais o país. A oposição síria moderada perdeu espaço com o avanço de diversos grupos extremistas, sendo o Estado Islâmico o mais poderoso deles.

Continua após a publicidade

(Com agências France-Presse e Reuters)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.