França desloca forças terrestres para o norte do Mali
Redutos de extremistas na região foram bombardeados nos últimos dias
O ministro da Defesa da França, Jean-Yves Le Drian, afirmou nesta quarta-feira que as forças terrestres francesas que se encontram no Mali começaram a avançar em direção ao norte do país – redutos de rebeldes islamitas na região foram bombardeados por caças franceses nos últimos dias.
“Até agora, tínhamos nos assegurado de que houvesse forças terrestres em Bamaco (capital malinesa) para garantir primeiro a nossa gente, nossos cidadãos, os europeus e a cidade de Bamaco. Agora, as forças terrestres francesas estão subindo rumo ao norte”, disse Le Drianà emissora francesa RTL.
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Com 750 soldados e a expectativa de aumentar esse número paera 2.500 nos próximos dias, a França segue comandando a operação contra rebeldes salafistas que desde meados de 2012 controlam o norte do Mali. Potências ocidentais e e governos africanos acreditam que os insurgentes possam usar a região como plataforma para atentados internacionais.
Nesta terça-feira, as tropas francesas mantiveram os ataques aéreos, enquanto chefes militares da África Ocidental discutiam, em um encontro em Bamaco, formas de agilizar o envio de um efetivo regional de 3.300 homens ao país para ajudar na intervenção francesa.
A ajuda está prevista em um plano de intervenção apoiado pela ONU que deve ser liderado pelos africanos. Segundo membros das forças da Nigéria, em entrevista à rede BBC, militares africanos devem chegar ao Mali “em alguns dias”. Além da Nigéria, devem disponibilizar soldados a Costa do Marfim, Benin, Gana, Níger, Senegal, Guiné, Burquina Fasso e Togo.
Fuga – Milhares de malineses já abandonaram suas casas para fugir do conflito que assola a região, se refugiando em países vizinhos ou vagando como deslocados para o interior. Cerca de 150.000 pessoas já fugiram para países vizinhos, segundo o Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur). Destes, 54.100 foram para a Mauritânia, 50.000 para o Níger, 38.800 para Burkina Faso e 1.500 para a Argélia. O número de deslocados dentro do país chega a 230.000, segundo o Escritório das Nações Unidas para Coordenação de Assuntos Humanitários.
O escritório afirma ainda que pelo menos 4,2 milhões de malineses precisarão de ajuda humanitária em 2013, sendo que 2 milhões precisam de assistência alimentícia urgente
(Com agências EFE e Reuters)