França tem aval da ONU e deslocará mais tropas ao Mali
Presidente François Hollande declarou que operação contra redutos terroristas tem 750 militares franceses no país africano – e este número vai aumentar
O presidente francês, François Hollande, indicou nesta terça-feira que seu país já tem 750 militares desdobrados na operação no Mali e adiantou que esse número aumentará, embora a ideia seja ceder a responsabilidade a militares africanos. “Estamos confiantes na rapidez com que poderemos deter os agressores, os inimigos, os terroristas”, disse Hollande sobre a crise durante uma visita à base militar que a França tem em Abu Dabi, nos Emirados Árabes.
Leia também:
Rebeldes islâmicos no Mali contra-atacam e ameaçam França
Mais cedo, o Conselho de Segurança das Nações Unidas se reuniu em Nova York e, de forma unânime, declarou apoio à operação francesa no país africano com obejativo de “restaurar a ordem constitucional e a integridade territorial do Mali”. A ONU autorizou a formação antecipada da força de segurança formada por tropas de países africanos, como estava previsto na resolução 2085.
Hollande indicou que os militares locais estão tomando posições, mas isso “ainda levará uma boa semana”. O presidente francês também reafirmou que na noite passada a operação aérea atingiu novos alvos e que os grupos terroristas foram detidos em seu avanço. “Temos que ter muito cuidado, essa é a ordem que dei para evitar danos à população civil. Nesta noite houve alvos perfeitamente seletivos para que não houvesse consequências danosas para a população”, assegurou.
O governo francês está determinado a acabar com o domínio islâmico no norte da sua ex-colônia, devido aos temores de que essa região se torne uma base de lançamento para ataques contra o Ocidente e para uma coordenação com a Al Qaeda no Iêmen, Somália e norte da África. Nesta segunda-feira os rebeldes travaram intensos confrontos contra forças governamentais em Diabaly, no centro do país, segundo moradores e fontes militares malinesas.
Apoio – Países europeus, entre eles a Grã-Bretanha, e também os Estados Unidos, dão apoio logístico ao Exército francês na operação, que conta com o respaldo da maior parte da comunidade internacional. E, sob pressão de Paris, vários governos da África Ocidental também devem mobilizar forças na região nos próximos dias. O principal responsável da União Africana (UA) e presidente do Benin, Thomas Yayi Boni, defendeu em mais de uma ocasião que a Otan participe das operações militares.
A organização militar destacou a rápida ação empreendida pela França para deter a ofensiva dos grupos terroristas e disse acreditar que esses esforços ajudam a restaurar o estado de direito em Mali e reduzem a ameaça das organizações terroristas. Segundo a funcionária, a Otan não recebeu nenhum pedido formal para intervir em Mali nem discutiu essa possibilidade. “A Aliança não está envolvida nesta crise, mas certamente a situação no Mali é de grande preocupação para todos nós”, explicou.
(Com agências Reuters e EFE)