Temer pede reforma política “enxuta” no Congresso
Vice de Dilma Rousseff acredita que texto final deve trazer poucos dispositivos para agilizar votação do tema. Já Aécio Neves aposta em consenso
O vice-presidente da República, Michel Temer, defendeu nesta terça-feira o que chamou de uma reforma política “enxuta”. Temer, que participou da sessão inicial da Comissão da Reforma Política no Senado, disse que o tema não avançou até agora devido à “vastidão” das propostas discutidas.
Na avaliação dele, o texto elaborado pelo Congresso deve trazer poucos itens: “Não vamos pensar numa reforma quilométrica, porque ela haverá de ter três ou quatro dispositivos e qualquer desdobramento virá da reforma eleitoral”, afirmou.Temer também destacou a necessidade de uma reforma política que tenha aplicação imediata logo após a aprovação, e que não dependa de leis complementares para entrar em vigor.
O vice-presidente também foi precavido: disse que, se ao final do prazo o Congresso não tiver reunido condições para alterar o sistema político, não haverá motivo para críticas. “Se nada ocorrer, também não vamos nos acusar nem permitir que nos acusem. Se nada ocorrer, o que acontecer foi uma decisão do Congresso no sentido de manter o estado das coisas. Também é uma forma de manifestação”, declarou.
Aécio – Já o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que também integra a Comissão da Reforma Política, acredita que a discussão sobre o tema depende da formação de consenso entre os parlamentares: “É fundamental que todos os membros da comissão deixem de fazer as contas do que é melhor para seu partido ou para seu projeto pessoal”.
Na visão dele, há alguns temas sobre os quais já há um pensamento majoritário entre governo e oposição. Entre eles, o fim das coligações nas eleições proporcionais (para deputado, senador e vereador) e a adoção de um modelo majoritário.
O Senado listou onze temas prioritários para a Comissão da Reforma Política. Aécio diz que ficará satisfeito se metade deles se transformar em propostas concretas: “Se nós chegarmos ao final com quatro ou cinto temas em condição de ser votados na CCJ e no plenário do Senado, é um grande passo”.