Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Disque-Denúncia vai cruzar dados de ameaças com processos julgados por Patrícia Acioli

Analistas buscam pistas sobre suspeitos do assassinato da juíza, morta com 21 tiros, em Niterói. TJ designou cinco promotores para atuar em São Gonçalo

Por Cecília Ritto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 31 out 2017, 11h46 - Publicado em 15 ago 2011, 13h07

O Disque-Denúncia informou que vai fazer um levantamento detalhado de todos os processos julgados pela juíza Patrícia Acioli desde 2002 e um cruzamento com as denúncias de ameaças contra ela. A magistrada, que atuava na 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, foi assassinada com 21 tiros na noite de quinta-feira, quando chegava em sua casa, no bairro de Piratininga, em Niterói. Patrícia era conhecida por suas duras sentenças contra policiais e grupos de extermínio.

Na sexta-feira, o Disque-Denúncia enviou, para a Divisão de Homicídios da capital (DH), que investiga o caso, 37 denúncias anteriores ao assassinato de Patrícia Acioli. Também foram entregues à Polícia Civil outras 40 denúncias posteriores ao atentado.

Com o levantamento dos processos que passaram pelas mãos de Patrícia, a equipe do Disque-Denúncia, composta por três analistas, pretende contribuir com a polícia a partir da identificação de possíveis suspeitos. Entre as ameaças recebidas pela juíza está a de que o nome de Patrícia constava em uma lista com 12 pessoas marcadas para morrer. A relação de ameaçados foi encontrada com o miliciano Wanderson Silva Tavares, o Gordinho, preso no Espírito Santo em janeiro.

Até o momento, chegaram ao Disque-Denúncia, 71 contribuições anônimas para elucidar o assassinato da juíza. O telefone do serviço é 2253-1177. Os informantes têm garantia de anonimato e recebem um código para acompanhar o desdobramento de sua denúncia.

Processos – Desde a sexta-feira, o gabinete de Patrícia Acioli na 4ª Vara Criminal do Fórum de São Gonçalo está lacrado. Policiais da DH vão nesta segunda-feira ao fórum para analisar documentos, computadores e colher possíveis provas.

Continua após a publicidade

O Tribunal de Justiça informou que três magistrados vão assumir os processos que tramitam na 4ª Vara Criminal. Os juízes vão acumular funções. São eles: Alexandre Oliveira Camacho de França, da 7ª Vara Cível de São Gonçalo; Marcelo Castro Anatocles da Silva Ferreira, do 1º Juizado Especial Criminal da cidade; e Adillar dos Santos Teixeira Pinto, do Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, também daquele município. Caberá a Camacho de França a presidência do colegiado. A adoção desse tipo de solução, em caráter permanente no caso de crimes em que há exposição da vida do magistrado, é uma reivindicação da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe).

A polícia ainda não definiu uma linha principal para a investigação, e considera todas as hipóteses plausíveis – inclusive a de crime passional, apesar de mais remota. Como a principal suspeita é de que Patrícia Acioli tenha sido executada por réus ou acusados que queriam obstruir o trabalho da Justiça, a análise detalhada das ações passadas e dos processos em andamento na 4ª Vara Criminal serão fundamentais para o caso.

Para esta terça-feira, 16 de agosto, estava previsto na 4ª Vara Criminal o julgamento de quatro policiais militares acusados de participação em um grupo de extermínio. A informação está no jornal ‘O Globo’ desta segunda-feira. O grupo é acusado da morte do barbeiro Douglas Cabral Fidélis.

Tribunal de Justiça – O Procurador-Geral de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, Cláudio Soares Lopes, designou nesta segunda-feira (15/08) cinco Promotores de Justiça diretamente ligados a seu gabinete para atuar nas plenárias da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo (Tribunal do Júri). A partir de setembro, outros dois Promotores de Justiça passarão a auxiliar nos processos e audiências da Vara.

Continua após a publicidade

“A criação de uma força-tarefa integrada por promotores experientes demonstra que o Estado não se intimidará com o atentado contra a vida da Juíza Patrícia Lourival Acioli. Os julgamentos no Tribunal do Júri de São Gonçalo não vão parar, pelo contrário, correrão com rapidez ainda maior”, diz Lopes.

Na sexta-feira, após tomar conhecimento da morte da Magistrada, o Procurador-Geral de Justiça já havia disponibilizado o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) para auxiliar na investigação do crime. A medida foi adotada como forma de contribuir para que inquérito seja conduzido de forma rápida, despersonalizada e com o máximo de qualidade, garantindo a punição de todos os envolvidos no crime.

LEIA TAMBÉM:

Juíza assassinada no Rio só teve proteção de 2002 a 2007

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.