CPI permite acesso a inquérito e reconvoca Cachoeira

Comissão Parlamentar de Inquérito disponibiliza acesso a documentos sigilosos numa tentativa de viabilizar depoimento do contraventor

Por Gabriel Castro
15 Maio 2012, 15h53

A CPI do Cachoeira aprovou nesta terça-feira um novo requerimento de convocação do contraventor Carlinhos Cachoeira, chefe da máfia dos caça-níqueis em Goiás. O depoimento foi marcado para 22 de maio. Antes disso, a comissão decidiu permitir à defesa do bicheiro o acesso aos autos das operações Vegas e Monte Carlo, que estão em poder da Comissão Parlamentar de Inquérito.

Com a decisão, os integrantes do colegiado tentam viabilizar o depoimento de Cachoeira. O contraventor deveria falar à CPI nesta terça-feira, mas obteve no Supremo Tribunal Federal (STF) uma decisão que cancelou a oitiva sob o argumento de que a defesa ainda não teve acesso à íntegra das investigações. O material dos autos deve ficar uma semana à disposição dos advogados.

Na sessão desta terça, parlamentares criticaram a decisão do Supremo que adiou o depoimento de Cachoeira. “O STF está inviabilizando o trabalho da CPI”, disse o senador Pedro Taques (PDT-MT). Alvaro Dias (PSDB-PR) também protestou: “Esse é um precedente pernicioso que compromete um instituto fundamental do parlamento, a CPI”. Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) integrou o coro. “Há uma intromissão clara do Judiciário no poder Legislativo”, afirmou o parlamentar.

Na sessão desta terça, a CPI deve votar ainda novos requerimentos de convocação – inclusive o do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e da subprocuradora Cláudia Sampaio. Os dois são acusados de não dar prosseguimento às investigações da Operação Vegas.