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‘Confio na honestidade de Otoni’, diz líder do PT

Apesar das evidências, Jilmar Tatto acredita que petista não fez caixa dois. PSOL quer que investigadores compartilhem informações com a Câmara

Por Gabriel Castro
9 mar 2012, 11h50

O líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP), diz ter confiança em Rubens Otoni (PT-GO), flagrado em vídeo negociando o recebimento de 100 000 reais de Carlinhos Cachoeira, chefe da máfia dos caça-níqueis em Goiás. Indagado pelo site de VEJA a respeito das imagens, Tatto primeiro fugiu do assunto: “E quando vai sair o vídeo do Demóstenes Torres conversando com ele?”

Depois, Tatto jurou lealdade ao deputado e disse estar certo de que não houve caixa dois: “Conhecendo o Rubens Otoni, eu tenho certeza de que ele não recebeu este recurso. Carlinhos Cachoeira tem se movimentado através de contravenção, de forma ilegal. Eu confio na honestidade do deputado”, diz Tatto.

Indagado sobre a necessidade de investigação sobre o caso, o petista afirmou: “Vai ter uma CPI, todos serão ouvidos”. A Comissão Parlamentar de Inquérito a que Tatto se refere está sendo proposta pelo deputado Protógenes Queiroz (PCdoB-SP), que já iniciou a coleta de assinaturas. Mas dificilmente a CPI sairá do papel. O próprio líder do PT, apesar de dizer que espera a investigação, não ajuda: “Não vou assinar”, diz ele.

O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) também foi flagrado em conversas com Cachoeira. O parlamentar admitiu ter recebido do chefe da quadrilha um fogão e uma geladeira como presente de casamento. Apesar de o episódio de Demóstenes ter sido o primeiro a surgir na imprensa, Tatto diz que há perseguição aos petistas: “Espero que esse caso venha à tona para todos. Não só para o PT”.

Líder do PSOL na Câmara, Chico Alencar (RJ) diz que a Câmara precisa pedir informações sobre o caso aos órgãos de investigação, já que há a possibilidade de envolvimento de mais parlamentares: “Isso precisa ser passado a limpo de imediato. É preciso tomar providências. A Corregedoria da Câmara pode solicitar isso via Polícia Federal. Pode e deve”, afirma o parlamentar.

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Fernando Francischini (PSDB-PR) diz que o corregedor Eduardo da Fonte (PP-PE) precisa cobrar providências: “Para o Lula, caixa 2 não é crime. Mas eu acho que é crime. E que a Corregedoria tem que tomar providências. Até a semana passada o PT comemorava a desgraça do DEM. Pau que que bate Chico bate em Francisco”, afirma. O corregedor não foi localizado para comentar o caso.

Punição – O caso de Otoni pode ir parar no Conselho de Ética da Câmara. Segundo o próprio petista, o vídeo foi feito em 2004. Pela regra atual, se o fato ocorreu antes do início do mandato e só agora veio à tona, o parlamentar pode ser punido – independentemente de quanto tempo se passou até que o episódio fosse tornado público.

Mas o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), integrante do Conselho de Ética, é autor de uma proposta que normatiza o procedimento do colegiado em casos ocorridos antes do início do mandato. Pelo projeto, o conselho poderia levar em conta fatos ocorridos até cinco anos antes do início do mandato. Aplicada essa interpretação, o petista estaria livre.

Mas, por enquanto, Otoni não pode se considerar a salvo. Carlos Sampaio diz que o caso do petista é semelhante ao da deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF), flagrada recebendo dinheiro de um esquema de corrupção na capital federal. “O diálogo contemplaria a hipótese de ser apreciado pelo Conselho de Ética. No caso da Jaqueline Roriz, havia dinheiro de pagamento de propina.As ligações do Carlinhos Cachoeira levam a crer que esse dinheiro pode ter vindo também de uma origem ilegal”, explica o tucano. Jaqueline Roriz acabou sendo considerada culpada pelo Conselho de Ética, mas foi absolvida em plenário.

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