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PF prende Carlinhos Cachoeira em operação em Goiás

Vinte pessoas já foram presas em ação de repressão aos caça-níqueis; policiais civis, militares e federais, além de um servidor da PRF e um da Justiça são investigados. MP vai analisar se há participação de políticos no grupo

Por Gabriel Castro
29 fev 2012, 12h00

O empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso em uma operação da Polícia Federal (PF) em sua casa, em Goiânia (GO), nesta quarta-feira. Ele ficou conhecido em 2004, quando divulgou um vídeo em que Waldomiro Diniz – ex-assessor de José Dirceu e protagonista do primeiro escândalo de corrupção do governo Lula – aparece cobrando propina.

A prisão foi feita durante a “Operação Monte Carlo” (uma alusão ao Principado de Mônaco, onde são encontrados diversos cassinos), que tem o objetivo de desarticular uma organização que explora máquinas de caça-níqueis em Goiás. Carlinhos Cachoeira é apontado pela PF com o chefe do grupo. A ação foi deflagrada em conjunto com o Ministério Público Federal (MPF) e com a Receita Federal.

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Duas casas de jogo em Goiânia e quatro em Valparaíso (GO) foram fechadas. Somente uma delas arrecadou 3 milhões de reais em seis meses. Até agora, vinte pessoas foram presas em Goiás e Brasília. Ao todo, a PF vai cumprir 35 mandados de prisão e 37 de busca e apreensão.

Estão sendo investigados dois delegados da PF, que vazavam informações sobre a quadrilha; seis delegados da Polícia Civil, que faziam vista grossa para o funcionamento das casas e recebiam propina mensal de 4 000 reais; três tenentes, um capitão, um major, dois sargentos, quatro cabos e dezoito soldados da PM de Goiás (os soldados recebiam propina diária de 200 reais); agentes da Polícia CIvil, que repassavam componentes de máquinas apreendidas para a quadrilha; um auxiliar administrativo da Polícia Rodoviária Federal e um servidor da Justiça estadual de Goiás. Todos serão afastados de suas funções.

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Políticos – A investigação, iniciada há quinze meses, descobriu uma espécie de “franquia” do crime. Carlinhos Cachoeira, o chefe da quadrilha, concedia a “licença” de exploração dos pontos de jogos a donos de galpões clandestinos em cidades goianas. Na divisão de tarefas, cabia a policiais civis e militares o fechamento de locais que não tivessem autorização do grupo para funcionar.

A PF identificou contatos do grupo com políticos. Como eles são detentores de foro priviliegiado, essa parte da investigação foi encaminhada ao Ministério Público Federal em Goiás, a quem caberá apurar se há participação de políticos no grupo, se eles cometeram algum crime e se uma denúncia será ou não apresentada à Justiça. Os nomes dos políticos e seus cargos não foram revelados. Eles não foram alvos da investigação e contra eles não foram expedidos mandados de prisão nem de busca e apreensão.

“Há uma possibilidade de contatos políticos. Vamos analisar se isso é crime ou não”, disse o procurador da República, Daniel Salgado.

Crimes – Os presos, se condenados, poderão responder pelos crimes de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, evasão de divisas e violação de sigilo profissional, além da contravenção penal de exploração de jogo de azar.

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