Após vídeo de agressão, agentes dizem que controlavam motim de presos

Agentes prisionais ouvidos em uma sindicância para apurar o vídeo com imagens de agressão a detentos na Penitenciária Regional de Joinville (SC) afirmam que a ação foi resposta a uma tentativa de motim. A versão inicial foi obtida por alguns dos depoimentos colhidos pela polícia. O caso levou ao afastamento de dezoito servidores até o momento.

A gravação do circuito interno do presídio de Joinville, revelada à imprensa no sábado, mostra homens uniformizados lançando spray de pimenta e bombas de efeito moral contra presos em uma operação “pente-fino”. O fato ocorreu no dia 18 de janeiro, e a denúncia de maus tratos a detentos é um dos fatores relacionados com a nova onda de ataques em Santa Catarina.

Segundo a Secretaria de Justiça e Cidadania de Santa Cataria, a versão definitiva dada pelos agentes nas investigações só será apresentada após concluída a sindicância, o que deve ocorrer no fim deste mês. De acordo com o órgão, os agentes registraram dois boletins de ocorrência na época relatando a tentativa de rebelião em Joinville. Entre os dezoito agentes afastados, seis estão totalmente fora de serviço. Os demais foram transferidos para funções administrativas sem contato direto com os detentos.

A Polícia Civil em Joinville também realiza um inquérito para apurar crime de maus tratos. A investigação deverá analisar o depoimento do diretor interino da unidade prisional, Jacson Jony Soupinksi.

Criminalidade – Santa Catarina vive uma série de ataques, com 73 ocorrências confirmadas em 23 municípios do estado em nove dias de ataques consecutivos. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, o vídeo em Joinville é apenas um dos fatores relacionados aos atos de vandalismo no estado. Um áudio com denúncias de maus tratos feito por um detento da penitenciária de São Pedro de Alcântara, na Grande Florianópolis, também estaria ligado aos eventos.