Além de perseguir minorias no Iraque, os terroristas do Estado Islâmico (EI) também estão voltando sua fúria selvagem para os soldados do regime sírio. Um vídeo publicado nesta quinta-feira na internet mostra uma longa fila de homens com as mãos na cabeça e apenas com roupas íntimas sob a mira das armas dos jihadistas. Outras imagens mostram uma pilha de corpos. Os radicais gritam o nome do Estado Islâmico e dizem “não haver mais volta”. A descrição do vídeo menciona 250 mortos.
Segundo a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos, os soldados foram capturados quando tentavam fugir para a província de Hama, depois que o EI invadiu a base aérea de Tabqa, o último ponto de resistência do Exército leal ao ditador Bashar Assad na província de Raqqa.
Leia também:
ONU: Guerra na Síria provocou mais de 191 mil mortes
Equipe da ONU é retida por rebeldes nas Colinas de Golã
A base aérea de Taqba foi dominada pelos extremistas no domingo, após semanas de confrontos com as forças sírias.Segundo o Observatório Sírio, organização com sede na Grã-Bretanha que monitora o conflito, declarou que 1.400 soldados estavam posicionados em Taqba, sendo que 700 conseguiram escapar. Os relatos contradizem o comunicado emitido pelo regime de Assad após a derrota na ofensiva de Taqba. A ditadura síria havia informado que os soldados tinham conseguido se “reagrupar” após “uma evacuação bem-sucedida”.
Leia mais:
Mãe de jornalista sequestrado na Síria faz apelo para terroristas
Síria diz que não vai tolerar ataques dos EUA contra terroristas em seu território
Massacre – Na terça-feira, investigadores da ONU divulgaram um relatório que denuncia “atrocidades em larga escala” cometidas pelo EI na Síria. Além de ter recrutado crianças para a luta armada, o grupo terrorista tem executado civis sumariamente. A organização aponta que assassinatos em público são “um espetáculo comum” nas áreas dominadas pelos radicais. A ONU, no entanto, reforçou que forças governistas leais a Assad também tem cometido atrocidades ao bombardear hospitais, usar armas químicas com gás clorídrico e torturar civis até a morte.
O Estado Islâmico avança seus domínios no território sírio e também no Iraque, onde os Estados Unidos estão realizando ataques aéreos para tentar deter os terroristas. O governo americano considera fazer o mesmo do lado da Síria, apesar de o regime ter afirmado que qualquer ação em seu território deverá ser coordenada com as forças do país.
Outros vídeos – Outro vídeo publicado pelo EI mostra soldados curdos peshmerga vestindo roupas cor de laranja – como a usada pelo jornalista americano James Foley ao ser decapitado. Três homens mascarados decapitam um dos homens em frente a uma mesquita em Mosul. O vídeo, intitulado “Uma mensagem com sangue aos líderes da aliança curdo-americana”, exige que o governo curdo retire suas forças das áreas onde elas estão combatendo os terroristas, informou a rede americana CNN.
Em outra gravação relacionada à tomada da base aérea, um soldado do Exército sírio aparece em frente a dezenas de homens seminus sendo interrogado por terroristas. Nas imagens, o jihadista insulta o militar, que pertence à minoria alauíta, a mesma do ditador Bashar Assad. “Quantos você matou? Quantos você estuprou”, gritam os terroristas. “Ninguém, eu apenas guardava o aeroporto”, responde o sírio. Os extremistas também questionam por que o homem não abandonou o Exército. Ao afirmar que seria enviado de volta se fizesse o pedido, o soldado é novamente ameaçado pelos radicais. “Eles te mandariam de volta para o Exército? E nós vamos te mandar de volta para o inferno”, bradam os terroristas. O vídeo não deixa claro se o sírio foi morto após o interrogatório.
(Com agência Reuters)
https://youtube.com/watch?v=Pd1Rms4VOnU%3Frel%3D0