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Vice argentino investigado por corrupção ameaça jornalista

Amado Boudou pressionou um repórter a revelar suas fontes e disse que juiz que o intimou a depor acelerou os trâmites do processo para poder ver a Copa

Por Da Redação
6 jun 2014, 15h53
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  • Intimado pela Justiça argentina a depor, como réu, em um julgamento sobre corrupção, o vice-presidente Amado Boudou cobrou publicamente nesta sexta-feira um jornalista que fez uma reportagem desfavorável ao governo. Não contente com o ataque à liberdade de expressão, Boudou também relacionou o andamento do seu processo à suposta vontade de ver os jogos da Copa do juiz que o intimou.

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    As declarações do vice-presidente foram feitas em um programa oficial do governo de Cristina Kirchner na televisão. Investigado por ter mantido negociações incompatíveis com a função pública e enriquecimento ilícito, Boudou indagou a veracidade das informações publicadas pelo jornal Clarín a respeito do caso. Na quinta-feira, o periódico informou que a presidente se reuniu com Boudou e outros aliados políticos para traçar a estratégia de defesa do seu vice. De acordo com o Clarín, Cristina ordenou que o político abrisse fogo contra o magistrado Ariel Lijo, que cuida do caso.

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    Boudou, no entanto, negou o encontro com a presidente. Com gestos aparentemente ensaiados, o vice-presidente se voltou para a câmera e tentou coagir o jornalista Ignacio Ortelli a revelar as fontes que haviam revelado o teor do encontro com a presidente, em um claro ataque contra a liberdade de imprensa. “Eu te digo, Ignacio Ortelli, que você está iniciando sua carreira como jornalista. Se não quer fazer um jornalismo de baixo nível, diga quem te passou essas informações. Poderá limpar sua alma e recomeçar sua carreira de jornalista. Essa reunião não existiu”.

    O vice-presidente também afirmou que o caso só está sendo investigado neste momento porque o juiz Lijo, responsável por pedir sua intimação para depor, viajará ao Brasil para assistir aos jogos da Copa do Mundo. “Uma das causas mais importantes da Argentina está sujeita a um juiz que vai assistir ao Mundial e por isso estipulou essas datas”, disse Boudou, que deverá prestar contas ao tribunal na próxima segunda-feira de manhã. “Eu creio que o juiz tem medo. Não temos nada a esconder e vamos em frente”.

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    Entenda o caso – Em julho de 2010, uma investigação de privilégio comercial conduzida pelo Fisco argentino pediu à Justiça a quebra do sigilo da gráfica Ciccone, que mantém contratos com o governo e, entre outras atividades, vende papel-moeda ao Banco Central argentino. A Justiça suspendeu o pedido três meses depois, por solicitação da própria empresa, após ter negociado um plano de pagamentos de multas com o Fisco. Uma investigação descobriu que o Ministério da Economia, pasta então ocupada por Amado Boudou, teria pressionado o Fisco a favor da empresa.

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    Após o episódio, a companhia foi vendida para o fundo de investimentos The Old Fund, presidida por Alejandro Vandenbroele, que é apontado como testa-de-ferro de Boudou, embora o vínculo tenha sido negado pelo vice-presidente. Amado Boudou deixou a pasta de Economia após as eleições de 2011 para ocupar a vice-presidência, mas as denúncias por seu suposto envolvimento em escândalos de corrupção ofuscaram sua carreira política e enterraram seu desejo de suceder Cristina Kirchner na presidência do país.

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