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Universidade pede desculpas por restringir acesso a mulheres no Japão

A Tokyo Medical University admite erro; governo japonês diz ser o caso "extremamente perturbador" e "absolutamente inaceitável"

Por Da Redação
Atualizado em 8 ago 2018, 17h39 - Publicado em 8 ago 2018, 15h35

A Tokyo Medical University, uma das mais respeitadas instituições de ensino de Medicina do Japão, admitiu ter manipulado exames de admissão para restringir o número de mulheres estudantes desde 2006, segundo o jornal britânico The Guardian. Sua diretoria pediu desculpas e disse considerar a admissão de mulheres afetadas pela medida.

“Nós sinceramente pedimos desculpas pelos nosso sério erro nos exames de admissão, que causou preocupação e problemas para muitas pessoas e que traíram a confiança pública”, declarou o diretor gerente da universidade, Tetsuo Yukioka, à imprensa. “Eu suspeito que houve falta de sensibilidade sobre as regras da sociedade moderna, na qual as mulheres não devem ser tratadas diferentemente por razão de gênero.”

Yukioka esquivou-se da responsabilidade pela manipulação dos resultados dos exames. Disse não saber do que se passava e que não estava envolvido na fraude. Insistiu ainda que nenhuma mulher foi tratada de forma diferente dos homens depois de admitidas na universidade, mas reconheceu que algumas não foram autorizadas a se tornar cirurgiãs.

O caso foi revelado durante uma investigação sobre o esquema de um burocrata do Ministério da Educação, que prometeu à Tokyo Medical University acesso preferencial aos fundos de pesquisa do governo em troca do ingresso de seu filho à instituição. Segundo o Guardian, o ex-reitor da universidade e o funcionário do Ministério de Educação foram indiciados por corrupção.

A investigação concluiu haver “profundo sexismo” nos resultados dos exames.

O ministro da Educação, Yoshimasa Hayashi, disse que a discriminação nos exames é “absolutamente inaceitável”. O Ministério promete analisar os procedimentos de admissão de todas as escolas de Medicina do país, dada a suspeita de que outras instituições tenham igualmente restringido o acesso de mulheres.

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A ministra de Igualdade de Gênero, Seiko Noda, afirmou ser “extremamente perturbador” uma universidade bloquear o acesso de mulheres.

Segundo o jornal japonês Asahi Shimbum, a Associação de Mulheres Médicas do Japão acusou a Tokyo Medical University de discriminação contra as estudantes. “A universidade deve esforçar-se para criar um ambiente de trabalho no qual as mulheres possam continuar a trabalhar, em vez de se preocupar com a possibilidade de a mulher desistir de seu emprego”, informou.

O Guardian destacou que aproximadamente 50% das mulheres japonesas têm diploma de ensino superior. O país está entre os primeiros nessa estatística. Mas a discriminação igualmente é alta. Consideradas as responsáveis pelos afazeres domésticos e pelos filhos, muitas delas tendem a desistir de suas carreiras profissionais depois de casadas.

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Uma das metas do governo do primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, é criar condições para o retorno dessa mão-de-obra qualificada ao mercado de trabalho – iniciativa que evitaria a abertura do país à imigração. Uma das principais medidas de seu plano prevê a abertura de creches.

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