União Europeia reforça sanções contra o Irã
O bloco informou que as punições "não estão dirigidas à população civil"
A União Europeia (UE) aprovou um novo pacote de sanções contra Teerã nesta segunda-feira, reforçando, principalmente, punições que envolvem os setores de energia e finanças, para forçar o Irã a dar informações sobre seu programa nuclear.
Entre as novas medidas está a proibição de compra e venda de metais e de gás natural. As regras também colocam mais empecilhos na realização de transações comerciais com o país. Tanto a União Europeia como os EUA mantêm sanções financeiras a Teerã e aos bancos iranianos, inclusive o Banco Central – fato que vem provocando dificuldades para se obter divisas no país.
A direção do bloco divulgou um comunicado no qual afirma que o Irã atua “em violação flagrante de suas obrigações internacionais ao continuar rejeitando cooperar com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) para responder às dúvidas sobre seu programa nuclear”.
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A nota afirma que as novas medidas têm o objetivo de restringir os recursos do regime iraniano para financiar o programa nuclear e que as sanções “não estão dirigidas à população civil”.
O chanceler britânico, William Hague, considerou as novas sanções um “sinal de nossa determinação”. Segundo ele, as punições devem continuar sendo impostas nos próximos meses, exceto se as negociações forem bem-sucedidas.
Resposta – O aiatolá Ali Khamenei disse que os ocidentais buscam “perturbar a calma” do Irã com pressões econômicas e que o país é capaz de superar as sanções. “Assim como fracassaram em outros assuntos, os inimigos fracassarão em seu confronto econômico contra a nação iraniana”, declarou em um discurso transmitido pela televisão estatal.
Histórico – Há cerca de dois anos, os países ocidentais impõem de forma progressiva um embargo econômico contra o Irã que provocou uma queda das exportações e da produção petroleira, além de uma desvalorização da moeda, o rial, devido à escassez de divisas, uma desaceleração da economia e um aumento do desemprego.
A comunidade internacional, em especial Estados Unidos e Israel, acredita que Teerã esteja trabalhando na construção de uma arma nuclear. O país, no entanto, nega a intenção e diz que seu programa nuclear tem fins meramente civis, mas não permite que a AIEA inspecione suas instalações. A agência negocia desde janeiro, sem sucesso, a retomada da investigação sobre o programa nuclear iraniano.
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(Com Agência France-Presse)