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Um mês depois, equipes ainda buscam sobreviventes da explosão em Beirute

Operação ganhou tom de esperança após equipe chilena encontrar pulsações sob escombros de prédio destruído no porto da capital libanesa 

Por Da Redação 4 set 2020, 11h51

Um mês após a devastadora explosão na capital do Líbano, equipes de resgate ainda buscam um possível sobrevivente em meio aos escombros de um prédio destruído em Beirute. Graças a um scanner térmico e um cão farejador, um grupo de socorristas chilenos encontrou pulsações, renovando esperanças na complicada operação. 

A equipe especializada chilena, pertencente à unidade Topos Chile, chegou à poucos dias em Beirute e, na quinta-feira, detectou a possível presença de uma pessoa sob o prédio destruído pela explosão de 4 de agosto, que deixou ao menos 191 mortos e 6.500 feridos. Os socorristas se uniram a membros da defesa civil libanesa.

O governador de Beirute, Marwan Abboud, disse a repórteres na quinta-feira que pode haver um ou dois corpos, e talvez um sobrevivente, já que as varreduras detectaram “batimentos cardíacos”.

“Após a retirada dos escombros maiores, realizamos novos testes para monitorar a frequência cardíaca ou a respiração, que revelaram um ritmo fraco (…) sete batimentos por minuto”, declarou nesta sexta-feira Nicolás Saadeh, que coordena as buscas. No dia anterior, foi detectada uma frequência cardíaca de 16 a 18 batimentos por minuto.

O Líbano não possui equipamentos nem capacidade técnica para lidar com esse tipo de desastre. Vários países enviaram rapidamente equipes de resgate e assistência técnica após a explosão.  Os Topos nasceram após o forte terremoto no México em 1985, que deixou mais de 10.000 mortos, quando um grupo de voluntários começou a ajudar as equipes de emergência. Hoje, existem Topos em várias partes do mundo, inclusive no Chile, e são brigadas civis especializadas em complicadas tarefas de resgate.

“Trabalhamos incansavelmente desde a noite. Removemos os escombros, mas ainda não encontramos nada”, disse o diretor de operações da defesa civil, George Abou Moussa. 

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Na noite de quinta dois guindastes removeram paredes que corriam o risco de desabar. A breve interrupção nas buscas, para a ação das máquinas pesadas, gerou reação de parte da população, que atacou as autoridades, responsabilizadas pela explosão.

Equipe de resgate do Chile e cão farejador descansam em meio às operações de busca em Beirute. 04/09/2020 (Joseph Eid/AFP)

O Exército afirmou em nota nesta sexta-feira que os trabalhos foram suspensos por duas horas durante a noite “devido ao risco de desabamento de uma das paredes rachadas do prédio”. 

De acordo com o Exército, ainda há sete pessoas desaparecidas após a explosão. O Banco Mundial estimou que os danos materiais e as perdas econômicas geradas por esta tragédia se situam entre 6,7 e 8,1 bilhões de dólares.

Segundo as autoridades, a explosão foi causada por 2.750 toneladas de nitrato de amônio armazenadas sem as devidas medidas de precaução durante anos no porto de Beirute. De acordo com a mídia local, a quantidade que explodiu foi menor e houve uma parte do nitrato de amônio que foi retirada desses galpões nos últimos anos.

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Na quinta-feira, o Exército informou ter descoberto contêineres com cerca de quatro toneladas de nitrato de amônio no porto, sem especificar se essa quantidade fazia parte das 2.750 toneladas iniciais.

A explosão agravou a situação em um país já em crise política e econômica, provocando a renúncia do gabinete do então primeiro-ministro Hassan Diab, em 10 de agosto. Três semanas depois, em 31 de agosto, Mustapha Adib, embaixador libanês na Alemanha, foi escolhido como novo premiê.

Adib se comprometeu a formar “em tempo recorde” um ministério de “especialistas competentes”, para aplicar as “reformas” que os cidadãos aguardam há tanto tempo. 

No ano passado, a dívida estatal alcançou 152% do PIB, o desemprego atingiu 30% da população e a crise se tornou cada vez mais perceptível nas ruas das grandes cidades, onde multiplicaram-se cenas de famílias vasculhando o lixo por comida. Atualmente um terço da população de 6 milhões vive abaixo da linha de pobreza, e a expectativa é que em breve 50% dos libaneses podem enfrentar tais condições. 

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