Ativistas da comunidade LGBT protestaram nesta segunda-feira em frente à Casa Branca contra a iniciativa em estudo pelo governo de Donald Trump de desmontar a atual política de reconhecimento de transgêneros e adotar os velhos parâmetros de definição de sexo.
A iniciativa partiu do Departamento de Saúde dos Estados Unidos que, alegando a necessidade de várias agências do governo adoarem padrões uniformes e em “bases biológicas”. Segundo o jornal The New York Times, que obteve o memorando com a proposta da área de Saúde, a proposta prevê a definição de sexo apenas masculino e feminino, determinado pelas genitais da pessoa no seu nascimento. Qualquer disputa sobre o sexo de uma pessoa seria resolvida com teste genético.
A publicação desse memorando pelo Times provocou reações na comunidade LGBT em todo o país. O executivo-chefe da organização Freedom for All Americans (Liberdade para todos os Americanos), acusou o governo de valer-se dessa proposta para angariar mais votos para os republicanos na eleição legislativa de 6 de novembro. A medida responde a apelos de republicanos mais radicais, principalmente os vinculados a igrejas pentecostais.
“Esta não é uma questão vermelha (republicana) ou azul (democrata). Esta é uma questão humana”, afirmou ele para os manifestantes reunidos na frente da sede do governo americano.
No domingo, quando foi publicada a reportagem do Times, houve manifestação em Nova York, convocada pelas redes sociais com o uso da hashtag #WontBeErased (Não serão apagados), uma referência aos direitos conquistados pelos LGBT, com especial apoio do governo de Barack Obama.
Durante a gestão de Obama, o conceito mais amplo e diversificado de gênero preponderou nos programas federais, em especial naqueles voltados para a educação e a saúde. Gênero, do ponto de vista do governo federal, deixou de ser considerado como o sexo no momento do nascimento. A escolha pessoal passou a prevalecer.
A mudança proposta pelo Departamento de Saúde poderá reverter o reconhecimento de 1,4 milhão de americanos que adotaram outro gênero, de acordo com o Times. Presente à manifestação desta segunda-feira, a presidente da organização Glaad, Sarah Kate Ellis, afirmou que este é um “ataque”, com o objetivo de “apagar a comunidade trans do país”. “Não vamos permitir que isso aconteça”, completou.