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Transgênero é escolhida candidata a governo estadual nos EUA

Christine Hallquist será a candidata democrata em Vermont; primárias também tiveram a participação do adolescente Ethan Sonneborn, de apenas 14 anos

Por Da Redação
Atualizado em 30 jul 2020, 20h12 - Publicado em 15 ago 2018, 16h07

As eleições primárias do Partido Democrata no Estado americano de Vermont foram decididas na terça-feira com a escolha da executiva Christine Hallquist, uma mulher transgênero, como candidata oficial. Na disputa, porém, além dos políticos  profissionais, estava um garoto de 14 anos, Ethan Sonneborn, que ainda não completou o ensino fundamental.

Vermont é um Estado que tende a produzir políticos mais progressistas, embora seja governado por Phil Scott, o republicano vitorioso na primária de ontem e que concorrerá em novembro contra Hallquist. Se depender dos votos obtidos por Scott (24.191) e Hallquist (27.559) nesta fase partidária da eleição, a transgênero leva vantagem no pleito.

Foi de Vermont que surgiu o fenômeno progressista Bernie Sanders, que deu muito trabalho para Hillary Clinton vencer as primárias democratas à Casa Branca em 2016. Sanders deverá concorrer para o Senado por Vermont como candidato independente, e é quase certo que conquistará sua cadeira.

Até 2015, Hallquist era David, presidente da Cooperativa Elétrica de Vermont. “Aqui estou, a presidente de empresa transgênero de um dos negócios mais masculinos”, afirmou ela à revista Seven Days.

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Será agora a primeira transgênero a concorrer a um governo estadual nos Estados Unidos. “Fizemos história nesta noite. Estou tão honrada de fazer parte deste momento histórico”, afirmou ela, ontem, em seu discurso de vitória.

Hallquist faz parte de uma corrente progressista de políticos de primeira viagem, da qual fazem parte principalmente mulheres e LGBTQ+, muitos dos quais impulsionados pelo comportamento do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, informou o jornal Washington Post

A candidata transgênero venceu um ambientalista e um organizador de festivais de dança. Também superou Ethan Sonneborn, que ainda não terminou o ensino fundamental 2. Aos 14 anos, Sonneborn não pode ainda votar. Mas, conforme as leis eleitorais de Vermont, poderia se candidatar ao governo do Estado. Tornou-se o mais jovem candidato do país.

O garoto entrou na disputa defendendo o controle estrito da venda de armas de fogo em um Estado em que a caça é o esporte favorito. “Essa é uma cultura que eu respeito. Mas se for para decidir entre deixar meus amigos aproveitarem o tempo em uma caçada e expô-los a um ataque armado na escola, eu escolho a legislação para protegê-los de um massacre”, afirmou na campanha.

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Sonneborn arrecadou 1.700 dólares para sua campanha. Mas não teve empecilhos para ver sua candidatura aprovada pelo Partido Democrata de Vermont. A lei é clara: não há idade mínima nem máxima.

“Devo admitir que, quando eu ouvi pela primeira vez sobre um garoto de 13 anos [14 agora] concorrendo, eu pensei: é um dos garotos mimados da “Fantástica Fábrica de Chocolates. Mas não é esse o caso”, afirmou Conor Casey, diretor-executivo do partido à rede de televisão CNN. “É engraçado, a principal barreira dele foi a complicação na escola por estar concorrendo simultaneamente ao governo”, completou.

O caçula dos candidatos participou dos debates, sempre vestido com terno, e faz campanha como qualquer outro. Mas, sem carteira de habilitação, dependia da família e de amigos para viajar pelo Estado para os comícios.

Sonneborn não teve uma educação orientada para a política em casa. Mas, aos cinco anos de idade, comprou um volume de enciclopédia que tratava de Robert Kennedy, o ex-senador assassinado em 1968 quando se preparava para concorrer às eleições presidenciais e irmão do ex-presidente John F. Kennedy.

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“Eu sempre admirei alguns dos grandes construtores de coalizões da era moderna, como Martin Luther King e Robert F. Kennedy, que tomam todas as vias da vida para chegar a uma meta comum”, disse. “Você não tem de ser um Kennedy ou um pastor famoso para construir coalizões. Você tem de tomar uma questão importante e estar disposto a falar sobre ela na sua plataforma”, completou o candidato, que volta agora normalmente para suas aulas na Mt. Abraham Union Middle-High School e as suas partidas de basquete.

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