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Síria está à beira de voltar a ter conflitos em larga escala, diz ONU

Relatório divulgado nesta quarta aponta um aumento nas operações de tropas estrangeiras na região, o que pode escalar os confrontos

Por Matheus Deccache 14 set 2022, 18h01

A Síria está à beira de uma nova escalada que pode levar a um retorno ao combate em larga escala, aponta um relatório das Nações Unidas divulgado nesta quarta-feira, 14. 

“Hoje, os sírios enfrentam dificuldades crescentes e intoleráveis, vivendo entre as ruínas desse longo conflito. Milhões estão sofrendo e morrendo em campos de deslocados, enquanto os recursos estão se tornando mais escassos e a fadiga dos doadores está aumentando”, disse o presidente da comissão da ONU para o país, Paulo Sérgio Pinheiro.

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Nos últimos meses, uma intensificação dos combates ao longo do norte da Síria aumentou o sofrimento dos cidadãos, alertou outro relatório, este feito pela Comissão Internacional Independente de Inquérito sobre a República Árabe Síria. Desde o início da guerra civil, em 2011, centenas de milhares de pessoas morreram e milhões ficaram desabrigadas ao longo de todo o território sírio. 

O documento da ONU de 50 páginas divulgado nesta quarta, que abrange o período de 1º de janeiro a 30 de junho, apontou que muitas partes são cúmplices para uma eventual escalada. Um dos motivos é a ameaça de uma nova operação terrestre turca, que pode entrar em um longo combate com as forças lideradas pelo curdo no norte do país.

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Além disso, a comissária Lynn Welchman alertou para operações contínuas realizadas por Israel, Estados Unidos e Irã no território sírio e destacou também o papel da Rússia, que apoia ativamente o governo de Bashar al-Assad e seus ataques aéreos responsáveis pela morte de civis e danos à fontes de alimentos e água. 

Ainda de acordo com o relatório, as famílias que vivem em áreas de linha de frente são as que mais sofrem com os bombardeios pró-governo, com “crianças mortas a caminho da escola, homens mortos enquanto cuidavam de suas lojas, e uma família inteira morta enquanto se reuniam do lado de fora de sua casa para o chá da tarde”.

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“Dezenas de milhares de sírios continuam desaparecidos à força ou desaparecidos até hoje. As forças do governo continuam a infligir tratamento cruel, desumano ou degradante aos parentes dos desaparecidos, ocultando deliberadamente o destino e o paradeiro dos desaparecidos”, destacou o documento.

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Outro fator preocupante é a busca incessante por esses desaparecidos. Lideradas em sua maioria por mulheres, elas muitas vezes terminam com prisões, extorsões e abusos. Segundo a ONU, “graves violações dos direitos humanos fundamentais e do direito humanitário” aumentaram em todo o país nos primeiros seis meses deste ano.

Por fim, o documento aponta que foram documentados vários casos de famílias que não conseguiram retornar às suas cidades porque suas propriedades foram confiscadas pelas forças atuantes no país ou temendo detenções arbitrárias.

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Desse modo, a comissão observou que alguns países vizinhos estão criando planos de contenção para voltar a receber grandes levas de refugiados. 

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