Separatistas celebram feriado da era soviética em Donetsk
Dia do Defensor da Pátria foi celebrado com direito a bandeira soviética. Putin diz que guerra com Ucrânia é 'improvável' e Grã-Bretanha critica 'cinismo'
Enquanto estátuas de Lenin são derrubadas por nacionalistas na Ucrânia, separatistas da autoproclamada república de Donetsk festejaram nesta segunda-feira uma data estreitamente vinculada à União Soviética. O Dia do Defensor da Pátria, originalmente conhecido como Dia do Exército Vermelho, era amplamente comemorado na antiga União Soviética. E a atmosfera nesta segunda em Donetsk era decididamente soviética, com a multidão balançando bandeiras vermelhas ao redor de uma estátua gigante de Lenin, na praça principal, relatou o jornal The Guardian.
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Chefes separatistas concederam medalhas a alguns combatentes – incluindo homenagens póstumas – e foram apresentados poemas e canções patrióticas. “Nossos homens provaram que honram a memória de nossos avós, que já expulsaram a praga fascista de Donbass. Agora eles estão fazendo o mesmo”, disse ao diário britânico Denis Pushilin, que se apresenta como vice-presidente da autoproclamada República Popular de Donetsk. O cantor russo Joseph Kobzon, que nasceu na região de Donetsk e era popular na era soviética, fez uma apresentação. Ele foi alvo de recentes sanções da União Europeia por seu apoio à anexação da Crimeia e o movimento separatista no leste ucraniano.
A continuidade dos ataques das milícias separatistas obrigou a Ucrânia a adiar a retirada de armamento pesado da linha de frente dos combates, como previsto no frágil cessar-fogo que entrou em vigor há uma semana. O porta-voz militar Anatoliy Stelmakh disse que “enquanto os disparos contra as posições militares ucranianas continuarem, não é possível falar sobre uma retirada”.
Guerra ‘improvável’ – Enquanto mantém as agressões ao território vizinho, Vladimir Putin segue com o discurso pacifista de quem olha a crise de fora. Nesta segunda-feira, ele disse que uma guerra com a Ucrânia é improvável. “Eu acho que um cenário tão apocalíptico é improvável e eu espero que isso nunca aconteça”, afirmou, em entrevista publicada no site do Kremlin.
Londres criticou Moscou por seu “cinismo”. “Segundo a experiência dos últimos dez ou doze dias, o envolvimento da Rússia no processo de paz de Minsk tem se mostrado cínico”, declarou o ministro britânico das Relações Exteriores, Philip Hammond.
(Com agências Reuters e France-Presse e Estadão Conteúdo)