Pelo menos três pessoas morreram neste domingo na cidade de Kharkiv, no leste da Ucrânia, após uma explosão ocorrida durante a marcha para comemorar o primeiro aniversário da revolução que derrubou há exatamente um ano o ex-presidente ucraniano Viktor Yanukovich. Uma das vítimas era um policial.
A explosão aconteceu no início da passeata, a cerca de 100 metros do Palácio dos Esportes, ponto de partida da manifestação, segundo um porta-voz das forças da segurança citado pela agência local ‘Interfax Ukraini’.
Além disso, dez pessoas ficaram feridas no atentado, segundo dados preliminares oferecidos pela Procuradoria e pelo Ministério do Interior ucranianos.
A previsão é que a marcha conflua com outra coluna de manifestantes na praça da Constituição de Kharkiv, onde se realizará uma missa pelos soldados e voluntários ucranianos caídos durante a operação militar realizada por Kiev nas vizinhas regiões pró-Rússia de Donetsk e Lugansk.
Explosão – Segundo o procurador Yuri Danilchenko, ouvido pela AFP, o artefato explosivo, que estava em uma bolsa de plástico escondida entre a neve na avenida Jukov, continha pedaços de metal. Ele acredita que o explosivo tenha sido detonado por controle remoto.
Testemunhas também disseram à agência que o atentado aconteceu diante de um veículo estacionado na avenida Jukov, perto do palácio dos esportes da cidade. “Pensei que era uma bomba de efeito moral, mas as pessoas começaram a cair”, disse à AFP Igor Rasoja, um dos organizadores da marcha.
Quatro suspeitos foram detidos pelas Forças de Segurança.
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O atentado coincidiu com o início em Kiev da chamada Marcha da Dignidade para comemorar o triunfo da revolução e a chegada ao poder das novas autoridades pró-Ocidente.
Há um ano, em 22 de fevereiro de 2014, o parlamento da Ucrânia destituiu Yanukovich, que na madrugada anterior tinha fugido de Kiev depois que os setores mais radicais da oposição não aceitaram o acordo de compromisso que tinha assinado um dia antes, e que contemplava, entre outras coisas, eleições antecipadas.
Kharkiv, cidade com quase 1,5 milhão de habitantes, se transformou em meados de abril do ano passado em palco de manifestações pró-Rússia.
Embora os rebeldes pró-Rússia tenham conseguido então tomar alguns edifícios públicos na cidade, a contundência das forças da ordem ucranianas e a reticência da população a somar-se à rebelião evitaram que Kharkiv tivesse o mesmo destino que os territórios vizinhos de Donetsk e Lugansk, engolfados desde então por uma sangrenta guerra.
(Com agência EFE)