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Secessão da Califórnia volta a ser debatida após eleição de Trump

"Se Donald Trump é a cara dos EUA hoje, então nós precisamos de outra para a Califórnia. Queremos que a Califórnia seja uma nação", disse chefe da campanha

Por Da redação
15 nov 2016, 08h41

A secessão da Califórnia, uma ideia promovida no ano passado pela campanha YesCalifornia, ganhou novo fôlego no dia 8 de novembro, quando o termo Calexit (neologismo com as palavras Califórnia e exit, saída em português) começou a ser tendência nas redes sociais após a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais nos Estados Unidos.

O objetivo do Calexit é propor para o ano de 2019 um referendo com seus moradores sobre a independência ou a continuidade da Califórnia – sexta maior economia do mundo – como estado americano. A proposta, que nasceu em 2015 graças ao político Louis Marinelli, encontrou maiores apoios com a constatação de que a candidata democrata à Casa Branca, Hillary Clinton, obteve 61,5% dos votos (quase 5,5 milhões) na Califórnia durante as eleições presidenciais.

“Se Donald Trump é a cara dos EUA hoje, então nós precisamos de outra para a Califórnia. Queremos que a Califórnia seja uma nação”, disse Marinelli em entrevista. “Ser californiano é mais uma mentalidade que uma origem étnica ou um idioma. Eu não aceitei ou aprendi esses valores até que vim para cá em 2006. Pensamos que a Califórnia é uma nação dentro de outra nação. Não propomos uma secessão total”, comentou Marinelli, porta-bandeira do movimento nacionalista californiano residente em San Diego.

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A visão de Marinelli para a Califórnia dentro dos EUA é similar à forma como a Escócia se relaciona com o resto do Reino Unido. A Califórnia “é mais potente economicamente que a França e tem uma população maior que a da Polônia”, destaca o site da campanha YesCalifornia. “Ponto por ponto, a Califórnia se compara e compete com países, não só com os outros 49 estados”, acrescenta.

Além disso, o portal lembra que o “Estado dourado” produz quase um terço dos vegetais do país e dois terços de suas frutas, além de ser, segundo análises oficiais, um dos estados menos dependentes do governo federal.

A campanha viu seu acompanhamento nas redes sociais reforçado imediatamente depois do Brexit, passando a ter cerca de 7.000 “curtidas” no Facebook e 650 seguidores no Twitter. Desde então, e especialmente após a vitória de Trump, esses números subiram para 22.000 e 9.000, respectivamente.

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Atraindo investidores — “O Brexit foi o primeiro movimento ocidental separatista que funcionou, e acredito que será muito profundo”, afirmou Marinelli recentemente à revista Newsweek. Seguindo o exemplo de Marinelli, e embora muitos duvidem que a Califórnia possa sobreviver como nação soberana, o movimento Calexit chamou a atenção de importantes executivos do Vale do Silício.

Um deles é o iraniano Shervin Pishevar, um dos primeiros investidores no serviço de veículos Uber, que agora se propôs a lançar sua própria iniciativa, New California (Nova Califórnia), para conseguir a independência do estado.
“É a coisa mais patriótica que posso fazer. O país está em uma séria encruzilhada”, comentou Pishevar em declarações ao portal CNBC, onde descreveu seu plano para que o estado se transforme em “catalisador para um diálogo nacional”, já que considera que os Estados Unidos atingiram um “momento crítico”.

Em sua opinião, o país precisa “enfrentar os problemas sistemáticos que esta eleição revelou”. O primeiro passo dado por Pishevar nessa direção foi renunciar a seu posto no Conselho Escolar Internacional J. William Fulbright, formado por doze personalidades diretamente escolhidas pelo presidente dos Estados Unidos. Em sua carta a Barack Obama, Pishevar alegou que não pode “servir com boa consciência ao presidente Trump”.

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(Com agência EFE)

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