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Ruby depõe pela 1ª vez em julgamento contra Berlusconi

Ex-premiê é acusado de ter pago por relações sexuais quando jovem era menor

Por Da Redação
17 Maio 2013, 12h50

A marroquina Karima el Mahroug, conhecida como “Ruby rouba corações”, depôs nesta sexta-feira pela primeira vez como testemunha no tribunal de Milão que julga três pessoas acusadas de montar uma rede de prostituição para o ex-premiê Silvio Berlusconi. Ruby é uma testemunha-chave de dois processos contra Berlusconi.

O ex-chefe de governo italiano é acusado de ter pago para ter relações sexuais com Ruby quando ela ainda tinha 17 anos e de ter pressionado a promotoria de Milão para libertá-la quando ela foi detida em 2010 por furto. A jovem chegou ao tribunal ao lado do namorado, Luca Risso, e de duas advogadas.

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Entenda o caso

  1. • A marroquina Karima el-Mahroug, conhecida como Ruby Rubacuore (“Rouba Corações”, em italiano) tinha 17 anos quando contou a magistrados de Milão que compareceu a festas na casa de Berlusconi.
  2. • A jovem, que estava ilegalmente na Itália, foi presa em maio de 2010, por roubar 4.000 euros, e imediatamente libertada após uma ligação do “amigo” poderoso.
  3. • Em janeiro de 2011, a Justiça abriu um processo contra o ex-premiê italiano, que é acusado de abuso de poder (por ter pedido para que Ruby fosse solta) e por incitação à prostituição de menores (pois teria feito sexo com a jovem – o que ambos negam).

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Em suas primeiras declarações, Ruby repassou as circunstâncias de sua chegada a Milão, procedente da Sicília, em 2009, assim como os primeiros contatos com Lele Mora, um agente de jovens atrizes e amigo de Berlusconi. Mora, o diretor de jornalismo do canal de televisão Rete Quattro (propriedade de Berlusconi), Emilio Fede, e a ex-conselheira da região da Lombardia, Nicole Minetti, também foram acusados no julgamento que investiga se houve incitação à prostituição nas festas “bunga-bunga” (orgias) que Berlusconi realizava em uma mansão.

No processo por abuso de poder, a procuradoria pediu para Berlusconi seis anos de prisão e afastamento vitalício da vida política por ter usado sua influência como então primeiro-ministro para libertar Ruby em uma delegacia.

Bunga-bunga – No depoimento de hoje, Ruby contou como, após conhecer Lele e Emilio, foi convidada para alguns jantares na mansão que Berlusconi tem em Arcore, perto de Milão. Segundo o jornal La Repubblica, ela explicou aos juízes que nessas festas se apresentava com seu nome falso (Ruby). Dizia que era de origem “metade egípcia e metade brasileira” e tinha 19 anos. A jovem também falava que sua mãe era uma cantora famosa, além de parente do então presidente egípcio, Hosni Mubarak. Ela admitiu que tudo era uma história que havia inventado.

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Ruby, como já declararam outras jovens no processo, explicou como nos jantares as meninas dançavam de maneira provocante fantasiadas de enfermeiras e freiras. Além disso, relatou como outras jovens usavam máscaras do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ou como Ilda Bocassini, a promotora de Milão que iniciou várias ações judiciais contra o ex-mandatário. “As jovens se aproximavam do presidente Berlusconi de maneira sensual enquanto dançavam, mas nunca houve contato físico”, afirmou a jovem.

A marroquina contou que, na primeira noite em que esteve na mansão, recebeu uma bolsa com 2.000 euros de Berlusconi, e uma outra moça lhe contou que havia ganhado 30.000 euros de um assessor do ex-premiê, Giuseppe Spinelli, para “realizar seu sonho de abrir um centro estético”. “Toda vez que eu voltava lá, recebia 2.000 ou 3.000 euros”. Ela disse que “apenas dançava a dança do ventre” nas festas bunga-bunga de Berlusconi, que, segundo a jovem, havia lhe dito que estava apaixonado por ela e lhe “cobriria de ouro”. A jovem também voltou a negar que é uma prostituta e disse que não recebeu dinheiro de mais ninguém em troca de relações sexuais.

(Com agências EFE e France-Presse)

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