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Berlusconi sabia que Ruby era menor de idade

Segundo o jornal La Republica, em março de 2010 o premiê sabia da condição da marroquina; eles mantiveram relações sexuais em abril e maio

Por Da Redação
16 fev 2011, 11h31

Primeiro, ela mentiu dizendo que tinha 24 anos e era egípcia. Quando Berlusconi propôs dar-lhe um apartamento, contou a verdade – que era menor de idade, marroquina e sem documentos. O premiê não se surpreendeu, nem se afastou imediatamente, e propôs: “Diga que é sobrinha de Mubarak, assim poderá justificar todo o dinheiro que coloquei a sua disposição”

O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, sabia que a jovem marroquina Karima el Mahroug, conhecida como Ruby R., era menor de idade em março de 2010. Ele manteve relações sexuais com ela em abril e maio, conforme declarou a jovem à Promotoria, segundo o jornal La Republica.

A jovem contou à Promotoria que no princípio disse ter 24 anos, mas depois confessou a Berlusconi ser menor de idade, quando o premiê quis dar a ela um apartamento em Milão. Na noite do primeiro encontro, em 14 de fevereiro, Ruby entrou no quarto dele, que lhe deu 50.000 euros. “Uma quantia que nunca havia visto em toda a vida”, disse ela.

Pelo interrogatório de Ruby e intercepções telefônicas foi possível descobrir que após o primeiro encontro com Berlusconi ambos não falaram em outro assunto a não ser sexo. O líder, por sua vez, mostrava-se disposto a pagar muito dinheiro. Ficou comprovado por meio das escutas telefônicas que ela esteve na residência de Berlusconi em Arcore, perto de Milão, 15 vezes num prazo de 77 dias. A primeira aconteceu em 14 de fevereiro e a última em 2 de maio de 2010. Durante os 77 dias, falou por telefone com Berlusconi 67 vezes.

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A própria Ruby narrou à Promotoria que em fevereiro Berlusconi acreditava que ela tinha 24 anos, mas quando em março ele ofereceu um apartamento a ela em Milão, de graça e por cinco anos, percebeu que tinha um problema porque havia mentido. “Menti para Berlusconi, disse que tinha 24 anos e que era egípcia. Quando me propôs a casa, não pude mentir mais. Disse a verdade, que era menor de idade e que não tinha documentos”, acrescentou.

Berlusconi não se surpreendeu, nem se afastou imediatamente, e propôs o que configura abuso de poder: “Diga que é sobrinha de Mubarak, assim poderá justificar todo o dinheiro que coloquei a sua disposição”, orientou. Por isso, quando Ruby foi detida em 27 de maio de 2010 por furtar 3.000 euros de uma amiga e um colar de ouro branco, Berlusconi se preocupou do que pudesse surgir de um possível interrogatório e fez uma ligação à delegacia de Milão, onde a jovem permanecia detida, e pediu que a libertassem por ser sobrinha do então presidente Hosni Mubarak.

Uma vez liberada e entregue à conselheira da região da Lombardia, Ruby relatou que Berlusconi ligou. “Só poderemos nos ver quando você for maior de idade”, foi o que disse o preimê. A condição foi alcançada em novembro, um mês depois da Promotoria de Milão iniciar as investigações.

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Julgamento – Berlusconi será julgado a partir de 6 de abril por suposta incitação à prostituição de menores e abuso de poder pelas três magistradas que formam o tribunal. Nesta quarta-feira, ele disse não estar preocupado. “Por amor ao país eu não falarei sobre isso. É suficiente dizer que não estou nem um pouco preocupado”, afirmou.

Ele disse que espera ampliar sua maioria no Parlamento nos próximos dias e descartou manter conversas sobre eleições antecipadas, por causa do escândalo, dizendo que sua coalizão estava sólida e que cumpriria seu mandato até as eleições, previstas para 2013.

(Com agências Reuters e EFE)

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