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Putin blinda Moscou com policiais durante funeral de Navalny

Em meio a tensões elevadas, mais de mil pessoas compareceram ao enterro do opositor russo, segundo seus apoiadores

Por Da Redação
1 mar 2024, 08h42

O Kremlin destacou dezenas de policiais para supervisionar o enterro de Alexei Navalny, principal figura da oposição russa, nesta sexta-feira, dia 1º, blindando os arredores do cemitério de Borisovo com cercas, portões de segurança e detectores de metais. Em meio a tensões elevadas, mais de mil pessoas compareceram à cerimônia, segundo seus apoiadores.

Navalny, o crítico mais feroz do presidente da Rússia, Vladimir Putin, morreu aos 47 anos em uma prisão no Ártico, em 16 de fevereiro. O incidente cercado de mistério suscitou acusações de que ele havia sido assassinado. O Kremlin negou qualquer envolvimento do Estado em sua morte.

Barril de pólvora

Comparecer ao funeral de Navalny é uma decisão perigosa. Isso porque as autoridades proibiram o movimento político que ele liderava, classificando-0 de extremista, e consideram seus seguidores como “desordeiros” patrocinados pelos Estados Unidos para fomentar uma revolta contra o governo. Diversas reuniões anteriores de seus apoiadores foram interrompidas à força.

Nesta sexta-feira a imponente igreja onde ocorreu o velório foi cercada por barreiras metálicas e dezenas de veículos policiais estavam estacionados nas proximidades. A Igreja do Ícone da Mãe de Deus fica no distrito de Maryino, um subúrbio de Moscou onde Navalny morava.

Cerca de uma hora e meia antes do início da missa, seus aliados disseram que mais de mil pessoas se reuniram perto da igreja para se despedir dele. O número não foi verificado de forma independente.

Ele será enterrado no cemitério Borisovo, a cerca de 2,5 km de distância, do outro lado do rio Moskva. O cemitério foi isolado com barreiras de proteção na manhã de sexta-feira.

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A esposa de Navalny, Yulia, com quem ele teve dois filhos, disse não ter certeza se o funeral será pacífico ou se a polícia irá prender os participantes. Ela mora fora da Rússia. A mãe de Navalny, Lyudmila, 69, deverá comparecer ao seu funeral. Não está claro quem mais terá permissão para entrar na igreja.

Reuniões “não autorizadas”

Os aliados de Navalny fora da Rússia conclamaram aqueles que não conseguirem comparecer ao seu funeral a se dirigirem para determinados pontos de referência nas suas próprias cidades na noite de sexta-feira, às 19h do horário local.

O Kremlin alertou, porém, que qualquer reunião não autorizada em apoio a Navalny violaria a lei.

“Apenas um lembrete de que temos uma lei que deve ser seguida. Quaisquer reuniões não autorizadas serão uma violação da lei, e aqueles que nelas participarem serão responsabilizados – mais uma vez, de acordo com a lei atual”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.

Ele se recusou a fazer qualquer avaliação de Navalny como figura política e disse que não tinha nada a dizer à família de Navalny.

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Grupos de direitos humanos aconselharam aqueles que desejam comparecer a homenagens a levar consigo seus passaportes e pequenas garrafas de água, e disseram-lhes para anotarem os dados de advogados que possam ajudá-los caso sejam detidos e o sinal de telefone na área seja cortado.

Quem era Navalny

Um ex-advogado, Navalny foi o maior rival político de Putin desde que o líder russo chegou ao poder no final de 1999, sendo a cabeça por trás de um movimento de protestos e tendo publicado investigações sobre a alegada corrupção do Kremlin.

Mas uma série de acusações criminais por fraude e extremismo – que Navalny acusou terem motivação política – levaram-no a uma pena de prisão acumulada de mais de 30 anos. A maioria dos seus apoiadores fugiu do país ou estão na prisão.

Navalny decidiu regressar da Alemanha à Rússia em 2021, depois de ter sofrido um atentado: foi envenenado com um agente nervoso característico da era soviética, o novichok. Assim que pousou, foi imediatamente detido.

Putin, que controla todas as alavancas do Estado e deverá ser reeleito por margem confortável para outro mandato de seis anos em duas semanas, ainda não comentou a morte de Navalny. Durante anos, ele evitou sequer mencioná-lo pelo nome.

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