Putin acusa EUA de alimentar tensões globais e prolongar guerra na Ucrânia
Segundo o presidente russo, há uma estratégia intencional e consciente de Washington para tornar regiões do mundo, como o Estreito de Taiwan, caóticas
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, acusou nesta terça-feira, 16, os Estados Unidos de desestabilizar a ordem mundial, particularmente na Ásia, e de prolongar a guerra na Ucrânia.
Em um vídeo exibido na abertura de uma conferência de segurança internacional em Moscou, Putin disse que Washington está exacerbando as tensões globais ao apoiar a Ucrânia em sua guerra contra a Rússia, bem como alimentando as tensões entre China e Taiwan.
“A situação na Ucrânia mostra que os Estados Unidos estão tentando prolongar esse conflito. E eles agem exatamente da mesma maneira, fomentando conflitos na Ásia, África e América Latina”, disse Putin.
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A conferência é organizada pelo ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, e contará com vários painéis focados em questões de segurança global.
“Mais uma vez, os Estados Unidos tentaram deliberadamente colocar lenha na fogueira e agitar a situação em Taiwan. A aventura americana em relação a Taiwan não é apenas uma viagem individual de um político irresponsável, mas parte de uma estratégia intencional e consciente dos Estados Unidos para desestabilizar e tornar caótica a situação na região e no mundo”, declarou o líder russo.
Além da visita da líder da Câmara dos Deputados americana, Nancy Pelosi, na semana retrasada, uma delegação do Congresso dos Estados Unidos chegou a Taipei no último domingo 14 para uma estadia de dois dias. A China reagiu contra as visitas, dizendo que tomaria “contramedidas resolutas em resposta às provocações dos Estados Unidos”.
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Putin disse ainda que vê as ações dos Estados Unidos como “uma provocação cuidadosamente planejada”, e um “mundo multipolar” está sendo formado para desafiar o que ele descreveu como hegemonia ocidental.
“Os contornos de uma ordem mundial multipolar estão se formando. Cada vez mais países e povos do mundo estão escolhendo o caminho do autodesenvolvimento livre e soberano com base em sua identidade, tradições e valores”, afirmou.