Pussy Riot lança 1ª música gravada nos EUA: sobre vaginas e Trump

"Estão elogiando Trump, que apoia abertamente os métodos autoritários de Vladimir Putin. É assustador, não é o mundo em que eu quero viver", disse Nadya

Por Da redação
26 out 2016, 15h10

Nadya Tolokonnikova, do Pussy Riot, no clipe da música 'Straight Outta Vagina' (Divulgação/VEJA.com)

As jovens russas da banda Pussy Riot lançaram nesta quarta-feira sua nova música, a primeira gravada e produzida nos Estados Unidos. Famosas por gravarem músicas de protesto contra o autoritarismo do governo russo (e por terem sido injustamente presas durante quase dois anos acusadas de vandalismo), as cantoras ativistas trocaram de alvo: sai Vladimir Putin, entra Donald Trump.

A música “Straight Outta Vagina” (algo como “direto da vagina”, em português) é um libelo bem-humorado sobre o poder feminino e contra a xenofobia e o machismo defendidos pelo candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos. O refrão, que gruda nos ouvidos, martela: “Don’t play stupid, don’t play dumb, vagina’s where you’re really from” (“não seja estúpido, não seja idiota, é da vagina de onde você realmente vem”). Sai o punk gritado e agressivo, entra o pop chiclete e assimilável.

O vídeo de divulgação, gravado em Los Angeles, mostra Nadya Tolokonnikova, uma das líderes da banda, vestida de padre (a igreja é outro alvo frequente das jovens russas), mas com a máscara características das ativistas. Nadya confirmou ao The Guardian que a banda deve lançar em breve mais dois vídeos comentando a política americana e russa, numa resposta “à crescente influência do populismo e do nacionalismo”.

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Ela ainda afirmou que a propagação de “ideias patriarcais e misóginas” era semelhante a uma doença. “Estão elogiando a ‘liderança forte’ de Trump, que apoia abertamente os métodos autoritários de Vladimir Putin. É assustador, não é o mundo em que eu quero viver”.

Vídeo: “Straight Outta Vagina”
[youtube https://www.youtube.com/watch?v=Bp-KeVBNz0A%5D