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Protestos no Irã: Forças de segurança invadem universidade de Teerã

Estudantes da Universidade de Tecnologia de Sharif foram cercados pela polícia em um estacionamento; Vídeo mostrou estudantes fugindo ao som de tiros

Por Da Redação
3 out 2022, 10h56
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  • Forças de segurança do Irã invadiram uma universidade de prestígio na capital Teerã na noite do domingo 2, causando cenas violentas enquanto os protestos contra o governo continuam a varrer o país.

    Um grupo grande de estudantes da Universidade de Tecnologia de Sharif ficaram presos em um estacionamento, cercado por seguranças, e um vídeo mostrou estudantes fugindo de tiros.

    Os protestos contra o governo eclodiram em 17 de setembro, após a morte de Mahsa Amini, uma jovem detida pela polícia da moralidade. O líder supremo aiatolá Ali Khamenei disse que esse foi um “incidente amargo” que “partiu profundamente meu coração”, mas denunciou os protestos como “motins”, que alegou terem sido “planejados” pelos Estados Unidos e Israel “com a ajuda de alguns iranianos traidores no exterior”.

    + Presidente do Irã diz que morte de mulher presa deve ser investigada

    Amini, uma mulher curda de 22 anos, entrou em coma horas depois que autoridades da capital a acusaram de violar a lei que exige que mulheres cubram os cabelos com um hijab. Ela morreu no hospital três dias depois e sua família alega que os policiais bateram em sua cabeça com um cassetete. A polícia disse que não há evidências de maus-tratos e que ela sofreu “insuficiência cardíaca súbita”.

    Os protestos começaram em seu funeral e se espalharam por todo o país, tornando-se o maior movimento popular iraniano em décadas.

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    + Irã acumula 41 mortos em 10 dias de protestos contra repressão às mulheres

    No domingo 2, primeiro dia de aula para alunos do primeiro ano da Universidade de Tecnologia de Sharif, cerca de 200 estudantes se reuniram no campus bradando bordões como “mulher, vida, liberdade” e “estudantes preferem a morte à humilhação”. À medida que a manifestação continuou, os slogans se tornaram mais radicais e atacaram o establishment clerical.

    A violência eclodiu no começo da noite, quando as forças de segurança chegaram ao campus. A agência de notícias semi-oficial do Irã, Mehr, informou que autoridades usaram gás lacrimogêneo e bolas de paintball para reprimir o protesto, fazendo com que alguns dos estudantes fugissem para um dos estacionamentos da universidade.

    Em um vídeo postado nas redes sociais, um grupo de pessoas é visto tentando fugir por um estacionamento enquanto é perseguido pelas forças de segurança em motocicletas. Outro vídeo parece mostrar pessoas correndo e tiros podem ser ouvidos, bem como gritos de “morte a Khamenei”.

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    O Centro para os Direitos Humanos no Irã, com sede nos Estados Unidos, disse que um terceiro vídeo mostra um manifestante detido sendo carregado com sua cabeça coberta por roupas, enquanto um segurança abre fogo contra a mulher que filmava a cena. De 30 a 40 pessoas foram presas.

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    A agência de notícias estatal, Irna, informou que a calma foi restaurada depois que o ministro da Ciência, Mohammad Ali Zulfigol, viajou ao campus para falar com os estudantes e as forças de segurança. As aulas na universidade foram suspensas nesta segunda-feira e serão transmitidas online “devido a eventos recentes e à necessidade de proteger os alunos”, disse a agência Mehr.

    Nas últimas duas noites, houve uma escalada de protestos em Teerã e em muitas outras cidades, apesar do número crescente de mortos. A Iran Human Rights, com sede na Noruega, disse no domingo que pelo menos 133 pessoas foram mortas pela polícia até agora.

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