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Presidente do Peru anuncia reforma policial após repressão a manifestantes

Ação policial contra manifestações foi duramente questionada pela ONU e por organizações de direitos humanos, como a Anistia Internacional

Por Da Redação Atualizado em 24 nov 2020, 12h51 - Publicado em 24 nov 2020, 12h42
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  • Em resposta a uma violenta repressão a manifestantes durante o governo anterior, o recém-empossado presidente do Peru, Francisco Sagasti, ordenou na segunda-feira 23 uma reforma da Polícia, que contou com a nomeação de um novo comandante.

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    “Tomei a decisão de designar como novo comandante de polícia o general César Augusto Cervantes”, anunciou Sagasti em uma mensagem ao país exibida na televisão, seis dias depois de assumir o poder, após o breve governo de Manuel Merino. “Estas medidas têm por finalidade fortalecer a Polícia”, disse o presidente centrista.

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    Duas pessoas morreram e mais de 100 ficaram feridas na repressão policial das manifestações em Lima contra Merino, que renunciou cinco dias depois de assumir o poder em substituição ao popular presidente Martín Vizcarra, que foi destituído pelo Congresso.

    A ação policial contra as manifestações foi duramente questionada pela ONU e por organizações de direitos humanos, como a Anistia Internacional, desde que começaram os protestos. Há relatos de uso de espingardas que dispararam munição de chumbo e pequenas peças de vidro no centro de Lima. Também foram apresentadas denúncias de abusos sexuais de mulheres detidas em delegacias.

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    Merino assumiu a Presidência do Peru na terça-feira 10, depois que Martín Vizcarra sofreu impeachment por “incapacidade moral” devido a casos de corrupção, se tornando o terceiro político a assumir o cargo desde 2016, em um reflexo da fragilidade institucional do país. Como seus antecessores, Merino está envolvido em escândalos e é investigado por tráfico de influência. Supostamente, o discreto político teria facilitado contratos entre sua família e o governo.

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    O Congresso peruano já vinha pressionando pela renúncia, após a violenta repressão dos multitudinários protestos contra o atual governo em Lima e em outras cidades do país. Dez dos 18 ministros do gabinete de Merino renunciaram pouco depois.

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    Menos de uma semana depois, no dia 16, Sagasti chegou ao poder, com o desafio de por um fim à crise política. Engenheiro de 76 anos e ex-funcionário do Banco Mundial, Sagasti foi eleito novo presidente do Congresso e cabe a ele assumir automaticamente a chefia de Estado, segundo a Constituição do país. O novo presidente deverá concluir o atual período de governo, que termina em julho de 2021.

    Cervantes substituiu o general Orlando Velasco, que estava no comando da força de segurança desde 7 de agosto, apesar de Velasco não ter sido responsabilizado pela repressão dos protestos contra Merino porque estava de licença médica. Com a troca de comandante, 15 generais da polícia passaram à reserva, informou o ministro do Interior, Rubén Vargas.

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    “Queremos uma polícia que continue defendendo a democracia, os direitos fundamentais, que nos devolva a segurança e as garantias”, disse Vargas.

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    Sagasti também criou uma comissão, liderada por Vargas, que deve apresentar recomendações em 60 dias para modernizar e fortalecer a Polícia. O presidente disse que com a reforma pretende “conectar a polícia com os cidadãos”.

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    Vargas anunciou no domingo uma investigação administrativa, que pode atingir generais e outros oficiais, após a morte de dois jovens manifestantes em Lima no dia 14 de novembro.

    “As investigações estão acontecendo com absoluta prioridade e respeitando o devido processo”, disse o ministro.

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