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Por inflação, Argentina importa cédulas do Brasil

Decisão do governo Fernández de adiar emissão de notas de maior valor tem impacto crescente no sistema financeiro

Por Da Redação 27 abr 2023, 13h04
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  • A sign with exchange currency values of the unofficial so-called "Blue Dollar" of the parallel "blue" market, is displayed in the window of a store in Buenos Aires near a cardboard figure of Argentine football star Lionel Messi, on April 26, 2023. - Argentina's government on April 25, 2023, accused the country's rightwing opposition of fueling a dramatic erosion of the peso against the US dollar, and ordered an investigation. The slide started last week after several days of pressure on the peso in a period of pre-election uncertainty in a country with exchange controls in place to try to limit the effects of a financial crisis and rampant inflation. (Photo by Juan MABROMATA / AFP)
    Uma placa com valores de câmbio do chamado "Dólar Azul" não oficial do mercado paralelo "azul" é exibida na vitrine de uma loja em Buenos Aires perto de uma figura de papelão do astro do futebol argentino Lionel Messi. 26/04/2023 -  (Juan Mabromata/AFP)

    O Banco Central da Argentina foi obrigado a encomendar cédulas no exterior e importar do Brasil, Espanha, França, China e Malta por navio e avião. A decisão do governo de Alberto Fernández de adiar a emissão de notas de maior valor numa economia atingida por uma inflação de 104,3%  tem um impacto crescente no sistema financeiro.

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    O valor das cédulas argentinas está em uma mínima histórica neste século. A denominação mais alta, mil pesos, equivale a 4,4 dólares no mercado oficial, e pouco mais de dois no paralelo.

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    De acordo com o Banco Central argentino, o número de cédulas em circulação atingiu o recorde de 9,946 milhões de unidades em março. Quase um terço corresponde a cédulas de mil pesos, enquanto a restante maioria se divide em cédulas de 500 e 100. O órgão também não tem capacidade para destruir todos os papéis em mau estado ou para os guardar e essa função cabe aos diferentes bancos. Assim, acumulam milhões de notas de valor quase nulo (20 cêntimos).

    O setor bancário afirma que a atual conjuntura é um “grande problema” porque aumenta os custos de armazenamento, transporte e logística das cédulas.

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    “A situação das cédulas é um problema cujo estado crítico está aumentando, causando dificuldades em termos de logística, capacitação e altos custos financeiros”, diz uma carta da Associação de Bancos da Argentina (ABA) e da Associação de Bancos Argentino (Adeba), as duas maiores câmaras bancárias do país, enviada ao Banco Central.

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    Os bancos também citam o problema que enfrentam com caixas eletrônicos. A carga máxima padrão para cada um deles é de 8.000 notas. Se fosse preenchido apenas com mil cédulas, o dinheiro disponível seria de oito milhões de pesos (cerca de R$ 180 mil), valor insuficiente para fins de semana prolongados, por exemplo.

    Porém, se as notas de 500 e 100 também estão incluídas, as cédulas se esvaziam ainda mais rápido. Então, os clientes vão passar de um caixa para o outro à procura delas ou recorrer aos supermercados e outras lojas que também contam com dinheiro em espécie.

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    A oposição ao governo se une aos bancos na demanda da aceleração da circulação da nota de 2 mil pesos, que já foi anunciada por Fernández. Eles também solicitam que sejam autorizadas cédulas outros de maior valor, de 5 mil e 10 mil pesos. O principal objetivo dos opositores é obrigar o Executivo a reconhecer a aceleração da inflação e criticar os gastos extras que insistir em papéis de baixo valor significa para os cofres públicos.

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    “O custo de não imprimir notas de maior valor em 2020 e 2021 foi de 186 milhões de dólares”, afirmou Augusto Ardiles, ex-diretor da Casa da Moeda, ao jornal espanhol El País.

    Ardiles destaca que o órgão argentino responsável pela fabricação de pesos tem capacidade de produção maior que o brasileiro, mesmo com uma população quatro vezes menor, mas ainda assim precisa importar. Segundo cálculos da agência Bloomberg, a Argentina fechou contratos de importação de 700 milhões de cédulas.

    Esse fenômeno não é novo na Argentina e, em 2017, durante o governo de Mauricio Macri, os bancos já haviam alertado sobre a falta de espaço para guardar as cédulas. Porém, apesar do aumento das transações eletrônicas na pandemia, a situação piorou ainda mais desde então.

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