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Pessoas próximas a Assad receberam milhões de dólares da ONU

Críticos dentro da própria ONU lamentam não saber exatamente se o dinheiro seria usado para ajuda humanitária ou para financiar a guerra civil

Por Da redação
Atualizado em 30 ago 2016, 10h32 - Publicado em 30 ago 2016, 10h32
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  • A Organização das Nações Unidas (ONU) concedeu contratos no valor de dezenas de milhões de dólares a organizações ou pessoas próximas ao ditador sírio Bashar Assad, para missões humanitárias no país, informa nesta terça-feira o jornal The Guardian. O jornal britânico teve acesso a centenas de contratos da ONU desde 2011, quando começou o conflito que deixou até agora mais de 290.000 mortos.

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    De acordo com o The Guardian, muitos destes contratos foram assinados apesar de existirem sanções da União Europeia (UE) ou dos Estados Unidos contra seus beneficiários. Assim, a ONU transferiu mais de 13 milhões de dólares (mais de 40 milhões de reais) ao governo sírio para o desenvolvimento da agricultura, embora a UE tenha proibido o comércio com os ministérios de Assad que se aproveitaram da ajuda financeira.

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    Já a Organização Mundial de Saúde (OMS) dedicou mais de 5 milhões de dólares (quase 20 milhões de reais) para apoiar o banco nacional de sangue sírio, controlado pelo Ministério da Defesa sírio. Além disso, duas agências da ONU forneceram 8,5 milhões de dólares (26 milhões de dólares) à Syria Trust Charity, uma organização presidida pela esposa de Assad, Asma, segundo o jornal. E a Unicef, agência da ONU para proteção das crianças, entregou 268.000 dólares (1 milhão de reais) à Al Bustan Association, uma organização beneficente dirigida por Rami Majulf, primo do ditador.

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    Perguntada pelo jornal, a ONU informou através de um comunicado que, devido à dureza e à complexidade do conflito, a eleição de sócios para responder às necessidades humanitárias da população era necessariamente limitada. A ONU também aponta que não tem de respeitar as sanções da UE ou dos EUA, pois só precisa respeitar as proibições dela mesma.

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    Críticas internas — Um funcionário da ONU disse ao Guardian em condição de anonimato que houve mal-estar dentro de algumas agências motivado pelos repasses de dinheiro a pessoas e órgãos próximos do ditador Assad. Críticos dentro da própria ONU lamentam não saber exatamente se o dinheiro seria usado para ajuda humanitária ou para financiar a guerra que Assad mantém contra a população síria.

    Outro funcionário da ONU que trabalhava em Damasco no início do conflito disse ao Guardian: “A equipe das Nações Unidas sabia desde os primeiros dias do conflito que nem o governo nem a sua lista autorizada de entidades locais poderiam ser considerados como condizente com os princípios humanitários de independência, neutralidade e imparcialidade”.

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