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Papa se reúne com Orbán e pede maior ‘abertura’ na Hungria

Durante missa para milhares de húngaros, pontífice ressaltou necessidade de acolher os mais necessitados, em aparente resposta ao líder de extrema-direita

Por Da Redação 12 set 2021, 11h19

O papa Francisco se reuniu neste domingo, 12, com o primeiro-ministro de extrema-direita da Hungria, Viktor Orbán, dando início a uma viagem por Budapeste e, na sequência, pela Eslováquia. O encontro no Museu de Belas Artes da capital húngara ocorreu de forma cordial e, segundo a Sala de Imprensa do Vaticano, teve como tema “o papel da Igreja no país, o compromisso com a proteção do meio ambiente e a defesa da família”.

O presidente János Áder e o vice-premiê Zsolt Semjén também participaram do encontro, que durou 40 minutos. Em suas redes sociais, Orbán disse ter usado a reunião para pedir a Francisco que evite que a “Hungria cristã pereça”. A agência de notícias húngara MTI informou que o primeiro-ministro presenteou Francisco um fac-símile de uma carta que o rei Bela IV enviou ao Papa Inocêncio IV pedindo ajuda na luta contra os tártaros.

Pouco depois do encontro, o papa se reuniu com o Conselho Ecumênico das Igrejas e com comunidades judaicas da Hungria, na qual alertou para a “ameaça do antissemitismo” e pediu maior abertura a estrangeiros na Hungria.

Orbán é uma das principais figuras da extrema direita europeia e se notabilizou por políticas e declarações discriminatórias contra migrantes, refugiados e homossexuais. É, portanto, um alvo constante de críticas do pontífice, que em seus recentes discursos tem chamado a atenção para a necessidade de acolhimento dos mais necessitados. Neste domingo, o papa tocou no assunto, sem citar Orbán nominalmente.

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Encerrando uma missa para dezenas de milhares de pessoas no centro de Budapeste, Francisco usou a imagem de uma cruz para mostrar que algo tão profundamente enraizado como a fé religiosa não excluía uma atitude acolhedora. “A cruz, plantada no solo, não só nos convida a estar bem enraizados, mas também levanta e estende os braços para todos”, disse, de acordo com a agência Reuters.

“Devemos nos empenhar em promover juntos uma educação para a fraternidade, para que os regurgitos de ódio não prevaleçam. Eu penso na ameaça do antissemitismo, que ainda serpenteia na Europa e em outros lugares. É uma ameaça que deve ser apagada”, discursou. Por, fim, o papa de 84 anos cobrou que líderes religiosos não alimentem divisões, mas estimulem “mensagens de abertura e paz”.

Suas declarações, portanto, vão na contramão dos discursos de Orbán, alvo de denúncias na União Europeia por ações como recusar comida a migrantes e criminalizar ajudas a refugiados. O líder nacionalista chegou a dizer na semana passada, durante evento na Eslovênia que os migrantes de hoje “são todos muçulmanos” e que apenas “a política familiar cristã tradicional pode nos ajudar a sair dessa crise demográfica”.

Francisco agora embarca para Bratislava, capital eslovaca, e participa de encontros ecumênico no país até o dia 15 de setembro, quando retorna para o Vaticano. Esta é a primeira viagem do papa desde que passou por uma cirurgia no intestino em julho.

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