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Papa é aconselhado a não falar ‘rohingya’ em viagem a Mianmar

Ex-secretário-geral da ONU e cardeal de Mianmar estão entre os que pedem para que o pontífice não empregue a denominação para se referir à minoria

Por Gustavo Silva 15 nov 2017, 19h04
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  • O papa Francisco foi aconselhado por lideranças católicas e políticas a não usar o termo ‘rohingya’ para se referir à minoria muçulmana de Mianmar durante sua viagem ao país. O pedido foi feito por causa das implicações políticas do uso da denominação para o grupo, que é vítima de limpeza étnica no território birmanês, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), e não é reconhecido como uma etnia pelo governo local.

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    Segundo informa a agência Reuters, o ex-secretário geral da ONU, Kofi Annan, e o cardeal de Mianmar, Chales Maung Bo, estão entre aqueles que pediram a Francisco para não fazer uso do termo, amplamente empregado por órgãos e governos internacionais. O próprio pontífice, ao fazer um pronunciamento no início do ano denunciando a “perseguição dos nossos irmãos e irmãs rohingya”, se referiu à minoria muçulmana pela maneira como ela se identifica.

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    Em agosto, Annan assinou um relatório entregue ao regime de Mianmar a respeito dos episódios ocorridos no estado de Rakhine. A violência explodiu em 25 de agosto, quando os rebeldes do Exército de Salvação Rohingya de Arakan (ARSA, na sigla em inglês), que afirmam defender a minoria muçulmana, atacaram dezenas de delegacias de polícia. O Exército birmanês reagiu, e mais de 500.000 pessoas foram obrigadas a se refugiar em Bangladesh.

    No documento de 63 páginas, Annan se refere aos rohingya como ‘muçulmanos do estado de Rakhine’. O vencedor do Nobel da Paz de 2001, segundo a Reuters, se encontrou com o papa no dia 6 de novembro ao lado de outras três lideranças políticas, quando pediu ao pontífice para evitar o uso da denominação. O termo, se usado por Francisco em Mianmar, poderia ser “incendiário”, concordou Annan ao ser perguntado sobre essa possiblidade.

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    O padre Bernardo Cevelera, chefe da agência de notícias católica AsiaNews, pediu para que o papa considere o pedido da igreja birmanesa para que a denominação não seja utilizada durante sua passagem pelo país, cuja população de 51 milhões de habitantes é majoritariamente budista. “Tanto a igreja quanto Aung San Suu Kyi se encontram em uma posição delicada, e o papa sabe disso”, disse o religioso, citando a líder do país.

    Grupos defensores dos direitos humanos, contudo, são a favor do uso da denominação pelo pontífice em sua visita a Mianmar, a primeira parada de Francisco de uma viagem que tem início no dia 27 de novembro e vai até o dia 2 de dezembro, e passa também por Bangladesh. “O papa deve tomar partido dos rohingya empregando o termo”, disse à Reuters Phil Robertson, vice-diretor da Humans Right Watch na Ásia, adicionando que ao grupo “pouco sobrou fora o nome após anos de direitos negados, restrições de movimento e de acesso a serviços básicos”.

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