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Papa aceita renúncia de arcebispo dos EUA acusado de acobertar abusos

Donald Wuerl foi um dos líderes que ajudou a encobrir o escândalo que atingiu o estado da Pensilvânia

Por Da Redação
Atualizado em 30 jul 2020, 20h07 - Publicado em 12 out 2018, 14h49

O papa Francisco aceitou a renúncia do cardeal Donald Wuerl como arcebispo de Washington, informou o Vaticano nesta sexta-feira (12). O religioso foi acusado de encobrir uma série de casos de abusos sexuais contra menores.

O próprio Wuerl, 77 anos, anunciou em setembro que pretendia apresentar sua renúncia ao pontífice.

Em uma carta feita pelo papa e divulgada em Washington, Francisco indicou que aceitou a renúncia com relutância e por insistência de Wuerl. Ele pediu para o religioso continuar como administrador até que outro arcebispo possa ser nomeado.

Um extenso relatório do grande júri dos Estados Unidos divulgado em agosto revelou denúncias contra mais de 300 padres pedófilos e identificou mais de 1.000 vítimas de abuso sexual infantil encobertas durante décadas pela Igreja Católica no estado da Pensilvânia.

O relatório é considerado o mais abrangente até hoje em relação ao abuso cometido por membros da Igreja Católica dos Estados Unidos. Porém, quando os promotores entraram com acusações contra os padres, a grande maioria dos crimes já havia prescrito.

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No documento, Wuerl, que foi bispo de Pittsburgh de 1988 a 2006, é repetidamente citado como um dos líderes da Igreja que ajudou a encobrir o escândalo. Ele enfrentava numerosos pedidos por sua renúncia, inclusive de seu próprio clero.

O cardeal, no entanto, defendeu-se, assegurando que o relatório provou que ele “agiu com diligência, no interesse das vítimas e para evitar novos abusos”.

Seus defensores argumentaram que ele puniu alguns padres e até resistiu a uma liminar do Vaticano para restabelecer um sacerdote pedófilo.

Mas o procurador-geral da Pensilvânia, Josh Shapiro, acusou-o de mentir. “Muitas de suas declarações após o relatório do grande júri estão em contradição direta com os documentos internos da Igreja e os arquivos secretos, e suas declarações enganosas só aumentam os esforços de ocultação”, afirmou.

Em meados de setembro, o Cardeal Wuerl prostrou-se no chão em sinal de arrependimento no início de uma “Missa da Penitência”, na Catedral de São Mateus, em Washington. “Nossas orações vão para aqueles que foram vítimas de graves abusos clericais e da indignação ainda maior de uma resposta inadequada”, disse o prelado.

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“Devemos estar prontos para fazer o que for necessário, incluindo a renúncia, e essa ação da minha parte será um aspecto essencial para a cura da Igreja”, escreveu ele em carta aos sacerdotes de Washington.

Outros casos

Antes da publicação do relatório sobre a situação na Pensilvânia, a Igreja Católica tinha sido abalada pela renúncia, no final de julho, do cardeal Theodore McCarrick, 88 anos, ex-arcebispo de Washington, após acusações de agressão sexual a um adolescente que remonta à década de 1970.

No sábado passado, Francisco anunciou uma investigação completa nos arquivos do Vaticano para lançar luz sobre as acusações que pesam contra o ex-cardeal.

No final de setembro, o papa assegurou que agora há mais consciência sobre o fenômeno dos abusos sexuais dentro da Igreja, e afirmou que não hesitará em negar a graça a todo padre condenado por isso.

Diante da magnitude do fenômeno, o pontífice argentino convocou para fevereiro 2019, no Vaticano, os presidentes de todas as conferências episcopais do mundo para elaborar medidas para “proteger os menores” de idade dentro da instituição.

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(Com Reuters e AFP)

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