PRORROGAMOS! Assine a partir de 1,50/semana
Continua após publicidade

Ofensivo, nacionalista e machista: você conhece o ‘Trump russo’?

Vladimir Zhirinovsky, do Partido Liberal Democrata da Rússia, faz propostas absurdas de campanha e não economiza nos comentários ofensivos

Por Julia Braun Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 13 mar 2018, 20h45 - Publicado em 13 mar 2018, 19h15

A lista de postos ocupados pelo candidato à Presidência russa Vladimir Zhirinovsky poderia fazer com que ele fosse bastante admirado. Ele é coronel do Exército, vice-presidente da Duma (a câmara baixa do Legislativo russo) e fundador do Partido Liberal Democrata da Rússia. Na prática, contudo, ganhou a reputação de “palhaço” e “fascista”.

O ultranacionalista de 71 anos concorre pela quinta vez ao cargo de presidente da Rússia nas eleições do próximo domingo, 18. É lembrado por seus discursos ultraconservadores, anti-EUA, antiliberais e anticomunistas, além de por suas promessas absurdas de campanha e por seu comportamento machista, racista e ofensivo.

Quando concorreu ao cargo de primeiro-ministro em 1993, afirmou que se fosse eleito garantiria vodca a preços baixos para os homens e lingeries de melhor qualidade para as mulheres. Já chegou a defender o retorno da monarquia czarista ao país e afirmou que com sua liderança a nação russa “se levantaria e reconstruiria seu império”.

Como se a verborragia inconsequente não fosse suficiente, Zhirinovsky tem uma enorme predisposição para brigas e discussões em público. Já se envolveu em diversas discussões acaloradas e até mesmo físicas em programas e debates televisionados. Em um desses, em 2008, pediu que seu guarda-costas atirasse em um dos oponentes políticos.

Continua após a publicidade

O político tem sido apelidado de o “Trump da Rússia”, ou “o Trump antes de Trump” na campanha eleitoral de 2018 — uma alusão a suas frequentes saídas de tom, ou devido à forma como é conhecido por tratar as mulheres.

Em um debate ao vivo no fim de fevereiro, Zhirinovsky chamou Ksenia Sobchak, única mulher candidata a presidente este ano, de “p…” e “velha asquerosa”, chocando os espectadores.

Sobchak provocou o político de 71 anos com um comentário sobre sua idade, mas logo ouviu um “Cale a boca, estúpida!” do ultranacionalista. A discussão esquentou até que a ex-apresentadora de televisão pegou um copo e jogou água no rosto de Zhirinovsky. “Lixo, velha asquerosa, p…! “, gritou Zhirinovsky, com as roupas molhadas.

Continua após a publicidade

O político já chegou a dizer em um programa de entrevistas que as mulheres são odiadas, pois elas “impedem os homens de prosperarem”. Também fez comentários extremamente ofensivos e de baixo calão contra a ex-secretária de Estado americana Condoleezza Rice quando estava alcoolizado em 2002.

Zhirinovsky é frequentemente acusado por suas declarações racistas e antissemitas. Crítico do crescente multiculturalismo da Rússia, afirmou em sua última campanha que há uma relação direta entre os imigrantes no país e o aumento das taxas de uso de drogas e atividades criminais — algo que remete ao comentário de Trump acerca dos “bad hombres” (homens maus) mexicanos ilegais nos Estados Unidos.

Continua após a publicidade

Zhirinovsky também não esconde seu ódio por turcos e pelos povos do Cáucaso, e expressa sem receio sua vontade de ver chineses e japoneses deportados da Rússia.

Chances na corrida

Segundo as pesquisas mais recentes, Zhirinovsky deve conquistar por volta de 6% dos votos nas eleições de domingo. É um percentual bastante baixo, quando comparado aos mais de 70% dos eleitores já decididos a reeleger o atual presidente Vladimir Putin, porém ainda é representa a terceira colocação entre os oito candidatos que “disputam” a Presidência russa neste domingo, 18.

Muitos russos votam em Zhirinovsky como forma de protesto: estão cansados do sistema político nacional e decidem colocar seu voto em um candidato fora dos padrões, assim como aconteceu com Trump nos Estados Unidos e com o Brexit, no Reino Unido.

Continua após a publicidade

Contudo, o político, com sua retórica nacionalista e machista, tem grande apelo entre a parcela da população que ainda almeja por um retorno nacionalista da supremacia russa que prevalecia durante a existência da antiga União Soviética.

“Ele é o palhaço que continua ganhando votos. Mas ele é um palhaço perigoso”, resume o especialista em política russa e professor da Muhlenberg College, S. Mohsin Hashim.

Se por um lado, Putin não deixou brechas para que houvesse o menor risco de perder a eleição, por outro, a desenvoltura de Vladimir Zhironovsky e o fato dele continuar conquistando cargos menores na política russa são sintomáticos da psique de uma parcela não desprezível da população do país.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.