Uma assessora da Casa Branca afirmou em artigo publicado nesta sexta-feira que o presidente americano Barack Obama pediu para revisar a política de espionagem do país. Em uma coluna no jornal USA Today, Lisa Monica, assessora de antiterrorismo e segurança nacional do presidente, tentou tranquilizar a opinião pública americana e os parceiros de Washington após as novas revelações sobre a espionagem da Agência de Segurança Nacional (NSA) a líderes mundiais, incluindo os de países aliados, como a chanceler alemã Angela Merkel. Lisa assegurou que Obama pediu que os aliados internacionais dos Estados Unidos fossem respeitados.
Lisa se referiu aos documentos revelados por Edward Snowden, ex-funcionário da NSA, e disse que eles “provocaram significativos desafios em nossas relações com alguns de nossos mais próximos aliados internacionais”. Segundo a assessora, a Casa Branca já começou a adotar medidas para examinar as recomendações de organizações de direitos civis e está examinando mudanças para garantir o equilíbrio entre privacidade e segurança.
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“Hoje o mundo está altamente interconectado e o fluxo de informação não tem precedentes. Foi por isso que o presidente nos pediu para revisar nossas capacidades de vigilância, inclusive com respeito em relação a nossos parceiros estrangeiros”, escreveu Lisa. “Queremos nos assegurar que reunimos informações porque precisamos e não porque simplesmente podemos”, acrescentou. Lisa também reconheceu que a capacidade de espionagem americana “não tem comparação”. Ela ainda defendeu a NSA ao afirmar que as atividades de espionagem e segurança são controladas pelos Três Poderes. A assessora também ressaltou que os Estados Unidos “não escutam todas as chamadas nem leem todos os e-mails”.
“Há limites legais para o quê a NSA pode e não pode fazer e os documentos que o governo revelou provam que a NSA segue esses limites”, defende a assessora em referência aos detalhes que a Casa Branca deu sobre os programas da agência após os vazamentos do ex-analista Edward Snowden. O artigo ainda afirma que a coleta de informação é algo que todas as nações fazem e os americanos “recopilam o mesmo tipo de inteligência que outros países”.
As revelações feitas na imprensa a partir de informações vazadas por Snowden aumentaram as críticas de países como o Brasil e México e mais recentemente de líderes europeus como a chanceler alemã, Angela Merkel. Nesta quinta, o jornal britânico The Guardian revelou que os Estados Unidos espionaram a 35 líderes mundiais. Reunidos em Bruxelas para um encontro da União Europeia (UE), líderes europeus divulgaram um comunicado oficial afirmando que a quebra de confiança em relação aos EUA compromete as ações contra o terrorismo.
(Com agência Reuters)