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Nova Zelândia já condenou 460 pessoas por quebra de restrições da Covid

Enquanto país inicia flexibilização com 'bolha de viagem', levantamento do Ministério da Justiça mostra que 20% dos condenados foram presos

Por Da Redação
Atualizado em 4 jun 2024, 14h10 - Publicado em 6 abr 2021, 12h49
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  • Na Nova Zelândia, considerada exemplo no combate da pandemia de Covid-19 por seus baixos números de mortes, ao menos 460 pessoas já foram acusadas e condenadas por violar as restrições contra a propagação do novo coronavírus. Dessas, quase 20%, ou 85 pessoas, foram presas. No entanto, ativistas acusam o sistema de racismo, indicando uma tendência racial significativa nas condenações.

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    Ao todo, o país registrou 2.524 casos da doença e apenas 26 mortes. No Brasil, em comparação, são mais de 13 milhões de casos e 332.752 óbitos confirmados em todo o território nacional.

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    O país aprovou leis em maio do ano passado para dar poderes especiais ao Ministério da Saúde e fornecer uma estrutura legal para impedir o funcionamento do comércio, impor bloqueios nacionais ou criar ordens de permanência em casa durante a pandemia. Durante o ano de 2020, mais de 7.500 violações foram registradas.

    Em sua maioria, o desrespeito às regras contra a Covid-19 não resulta em processo. Contudo, dados do Ministério da Justiça mostram que 640 pessoas foram acusadas de crimes relacionados à quebra de restrições.

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    Dessas centenas de pessoas acusadas, mais de três quartos, ou 460, foram condenadas. Quase 20% das punições foram prisões – ou seja, 85 pessoas foram encarceradas. A grande maioria dos acusados e condenados – quase 80% – eram jovens.

    Preconceito

    Apesar do bom desempenho no controle da pandemia, ativistas pela justiça social acusaram o sistema de justiça neozelandês de racismo, indicando uma tendência racial significativa nas condenações relacionadas à Covid-19. Quase metade dos acusados ​​e condenados eram nativos neozelandeses da etnia maori, apesar do grupo constituir apenas 16% da população do país.

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    Um estudo de dados do censo, feito pela organização de defesa JustSpeak no ano passado, descobriu que, ao encontrar a polícia pela primeira vez, um membro da etnia maori sem contato prévio com o sistema de justiça tinha sete vezes mais probabilidade de ser acusado pela polícia do que um descendente de europeus.

    Um porta-voz da polícia da Nova Zelândia, o comissário Andrew Coster, anunciou no mês passado planos para novas pesquisas “examinando onde pode haver parcialidade nas políticas, processos e práticas policiais”. Ele disse que a polícia usaria a pesquisa garantir “que nossas ações sejam justas, razoáveis ​​e proporcionais para todos os neozelandeses”.

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    Não está claro como o policiamento acerca das restrições contra o coronavírus no país se compara ao resto do mundo, segundo o jornal britânico The Guardian. No Reino Unido, por exemplo, foram registradas quase 16.000 multas por violação das regras no primeiro semestre de 2020, também com acusações de racismo.

    Em Seine-Saint-Denis, um bairro de Paris com uma alta porcentagem de residentes negros, havia mais policiais que o dobro da média nacional e o número de multas era três vezes maior do que no resto da França. Nos Estados Unidos, o departamento de polícia de Nova York prendeu 40 pessoas por violações de distanciamento social de março a maio – 35 das quais eram negros.

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    Início da flexibilização

    Nesta terça-feira, 6, a primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, anunciou que a ilha vai abrir suas fronteiras com a Austrália para criar uma “bolha de viagem”. Depois de quase um ano isolado do mundo, o país vai permitir viagens sem quarentena entre as nações a partir de 19 de abril.

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    Ardern disse estar “confiante não apenas no Estado da Austrália, mas em nossa própria capacidade de administrar um plano de viagem”.

    O primeiro-ministro da Austrália, Scott Morrison, que já havia permitido a entrada de neozelandeses sem quarentena desde outubro passado, comemorou o anúncio de Ardern, e companhias aéreas de ambos os países anunciaram centenas de novos voos e rotas semanais.

    Mais de 600.000 neozelandeses vivem na Austrália e muitas famílias ficaram separadas durante a pandemia. “Este é o próximo capítulo”, disse a primeira-ministra.

    Mas ambos os países vão manter uma estratégia de eliminação total contra a Covid-19, e autoridades da Nova Zelândia já alertaram que quem viajar deve estar preparado: outro surto em qualquer um dos países pode significar o fechamento da fronteira.

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