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Na Dinamarca, crise política inédita leva premiê a convocar eleição geral

Erodida por 'escândalo dos visons', Mette Frederiksen foi forçada por membro da coalizão a convocar a eleição ou enfrentar um voto de desconfiança

Por Amanda Péchy
Atualizado em 5 out 2022, 09h55 - Publicado em 5 out 2022, 09h46

Parece até um episódio de “Borgen”, blockbuster da Netflix sobre a trajetória cheia de reviravoltas de uma novata premiê da Dinamarca. Na vida real, o país geralmente quadradinho entrou em uma crise política inédita. A primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, convocou eleições gerais nesta quarta-feira, 5, a serem realizadas em 1º de novembro. Pesquisas de opinião recentes sugerem que o resultado da votação será um empate.

“Queremos um governo amplo com partidos de ambos os lados da linha política central”, disse a premiê. “Com os tempos difíceis em que vivemos e as dificuldades que o mundo está enfrentando, chegou a hora de testar uma nova forma de governo.”

Frederiksen, que lidera um governo de minoria do partido Social Democrata, tinha até esta quarta-feira para convocar eleições, depois que o Partido Social Liberal, um dos três da coalizão o governo, ameaçou retirar seu apoio. Caso ela não convocasse uma votação, ela enfrentaria um voto de desconfiança no Parlamento, o que poderia levá-la a perder o cargo.

No entanto, a perspectiva de uma nova eleição também não é boa para Frederiksen ou seu partido, cujos índices de aprovação têm caído nos últimos meses.

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Embora a legenda continue sendo a mais popular da Dinamarca, sua coalizão pode perder a maioria, de acordo com pesquisas recentes. Assim, que o grupo de oposição, liderado pelos Liberais e Conservadores, teria a vantagem. Mesmo assim, a eleição deve ser extremamente apertada, já que a diferença de votos entre os dois lados está dentro das margens de erro das pesquisas.

Muitos atribuíram a queda de popularidade da líder dinamarquesa ao seu papel em um abate sem precedentes da população de 17 milhões de visons do país, depois de terem sido contaminados por Covid-19. Mais tarde, a medida se tornou ilegal.

A ordem de matar todos os visons infectados e saudáveis ​​devastou a indústria de peles do país – a maior da União Europeia. Agricultores dinamarqueses apareceram na TV em lágrimas pela perda de seus meios de subsistência, enquanto valas comuns apareciam no campo cheias de animais abatidos.

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O sucesso do Partido Social Democrata, no entanto, já vinha caindo alguns meses antes do escândalo, devido a questões como sua desconexão com eleitores urbanos e mudanças de atitude em questões climáticas.

Alguns criticaram a legenda por forçar esta eleição na Dinamarca no meio de uma crise internacional, após o ataque da semana passada aos principais gasodutos da Europa, Nord Stream 1 e 2, que fornecem energia da Rússia para o continente.

Frederiksen, de 44 anos, tornou-se a primeira-ministra mais jovem do país em 2019, depois de prometer melhorar os serviços de bem-estar que foram erodidos pelas reformas econômicas liberais desde o início do século. Mas o escândalo dos visons parece ter abafado todos os aplausos que já recebeu, e sem o apoio do Partido Social Liberal, seu futuro é incerto.

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