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Na COP27, países pedem tratado de não proliferação de combustíveis fósseis

Tuvalu e Vanuatu, nações insulares do Pacífico, vulneráveis ao aumento do nível do mar, buscam eliminação gradual do carvão, petróleo e gás

Por Da Redação
8 nov 2022, 10h13

Tuvalu, ilha do Pacífico, se tornou o primeiro país a usar as negociações climáticas das Nações Unidas para exigir, nesta terça-feira, 8, um tratado internacional de não proliferação de combustíveis fósseis, que eliminaria gradualmente o uso de carvão, petróleo e gás.

A pequena nação insular, extremamente vulnerável ao aumento do nível do mar causado pelo aquecimento global, também se juntou à vizinha Vanatu para pedir um acordo para acabar com a era da queima de combustíveis fósseis, principal causa da crise climática.

Ativistas ambientais saudaram a medida, mas condenaram grandes poluidores, como os Estados Unidos e a China, por defender combustíveis fósseis em negociações climáticas anteriores. No ano passado, na COP26 na Escócia, os países prometeram pela primeira vez “reduzir gradualmente” o uso de carvão, embora o uso de gás e petróleo não tenha sido mencionado.

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Kausea Natano, primeiro-ministro de Tuvalu, disse que “o aquecimento dos mares está começando a engolir nossas terras, centímetro por centímetro. Mas o vício do mundo em petróleo, gás e carvão não pode afundar nossos sonhos sob as ondas.”

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“Nós, portanto, nos unimos a uma centena de laureados com o Prêmio Nobel da Paz e milhares de cientistas em todo o mundo e exortamos os líderes mundiais a aderirem ao tratado de não proliferação de combustíveis fósseis para gerenciar uma transição justa dos combustíveis fósseis”, completou.

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Segundo Harjeet Singh, chefe de estratégia política global da Climate Action Network International, países como Tuvalu estão na linha de frente como uma das principais vítimas da crise climática.

Singh disse que um tratado de combustível fóssil que restringiria a nova exploração de reservas e iniciaria uma transição justa para energias renováveis, negligenciada por causa da dependência de vários países poderosos da queima de combustíveis fósseis.

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A agenda da COP27 inclui a discussão de pagamentos de reparação feitos por países ricos para países em desenvolvimento, que estão sofrendo o impacto das mudanças climáticas na forma de inundações, incêndios florestais e secas.

Contudo, um acordo para reduzir o uso de combustíveis fósseis não é uma prioridade nas negociações, apesar da Agência Internacional de Energia (AIE) alertar que nenhum novo projeto de carvão, petróleo ou gás pode ser realizado se o mundo quiser evitar desastres.

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Embora nenhum grande emissor apoie o pedido de um tratado, a proposta tem respaldo do Vaticano, da Organização Mundial da Saúde (OMS) e diversos políticos, incluindo Sadiq Khan, prefeito de Londres.

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