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Mortos, feridos e desaparecidos: Equador entra em 10º dia de protestos

Em todo o país, 114 policiais ficaram feridos e 104 pessoas foram detidas; o governo registrou quatro mortes conectadas aos protestos

Por Da Redação
Atualizado em 24 jun 2022, 00h06 - Publicado em 23 jun 2022, 10h36

Protestos violentos contra as políticas econômicas do presidente do Equador, Guillermo Lasso, paralisam a capital do país e outras regiões pelo 10º dia nesta quinta-feira, 23. Apesar de alguns atos pacíficos, a maioria é dominada por mortes, muitos feridos e desaparecidos, tanto entre manifestantes quanto policiais.

Mesmo com a escassez de alimentos e combustível em Quito devido aos protestos, o governo rejeitou as condições de negociação dos manifestantes na quarta-feira 22. Depois disso, o governo dos Estados Unidos emitiu um aviso pedindo aos viajantes que reconsiderassem visitas ao país devido a “agitação civil e crime”.

As manifestações, lideradas principalmente pela organização indígena Conaie, começaram em 14 de junho para exigir que os preços da gasolina fossem reduzidos em 45 centavos por galão, para US$ 2,10. Também pedem por controles de preços para produtos agrícolas e um orçamento maior para a educação.

Os protestos começaram com bloqueios pacíficos nas estradas, mas os níveis de violência aumentaram em partes do país, incluindo a capital, Quito, levando o ex-banqueiro conservador Lasso a decretar um estado de exceção em seis províncias.

O líder indígena Leonidas Iza exigiu na terça-feira 21 – entre outras coisas – que o governo elimine o decreto de emergência e retire a presença militar e policial em torno dos locais onde os manifestantes se reuniram em Quito. Mas o ministro do Governo disse na quarta-feira que não poderia abandonar o estado de emergência porque deixaria “a capital indefesa”.

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“Não é hora de colocar mais condições, não é hora de exigir maiores demandas, é hora de sentar e conversar, estamos no 10º dia de greve”, disse Francisco Jiménez a uma rede de televisão. “E não podemos continuar esperando, a capital não pode continuar esperando, o país não pode continuar esperando.”

Os protestos – mais duradouros e maiores do que as marchas sobre os preços dos combustíveis em outubro do ano passado – estão testando a capacidade de Lasso de restaurar a economia do país e diminuir o desemprego. O presidente tem uma relação antagônica com a Assembleia Nacional, onde os legisladores bloquearam suas propostas, e tem lutado para conter a violência crescente que ele atribui às quadrilhas de traficantes.

Manifestantes com armas, lanças e explosivos entraram em confronto com soldados na cidade de Puyo, na província de Pastaza, na noite de terça-feira, disse o ministro do Interior, Patricio Carrillo. Os manifestantes queimaram uma delegacia e carros de polícia, tentaram saquear um banco e atacaram civis, segundo ele.

“Não podemos garantir a segurança pública em Puyo agora – eles queimaram toda a infraestrutura policial e a entrada da cidade está sitiada”, disse. Dois policiais foram detidos por manifestantes em Puyo, mas foram libertados em segurança na quarta-feira.

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Líderes de comunidades indígenas na Amazônia equatoriana disseram em comunicado que rejeitam o vandalismo em Puyo e acusam as forças de segurança de agravar a violência na cidade.

+ Por que o Equador explora petróleo na Amazônia

Um manifestante, Byron Guatatoca, morreu em meio aos incidentes e seis policiais ficaram gravemente feridos, enquanto 18 estão desaparecidos, disse o governo. O manifestante foi morto após ser atingido na cabeça por uma bomba de gás lacrimogêneo da polícia. O gabinete do procurador-geral disse que vai investigar.

Em todo o país, 114 policiais ficaram feridos e 104 pessoas foram detidas, disse a polícia. Até agora, o governo registrou quatro mortes conectadas aos protestos, incluindo a de Guatatoca. Outro manifestante foi morto na semana passada depois de cair em uma ravina, e o Ministério da Saúde disse que duas pessoas morreram em ambulâncias atrasadas por bloqueios nas estradas.

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