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Por que o Equador explora petróleo na Amazônia

Nesta semana, o país começou a perfurar o terceiro campo do chamado Bloco ITT, localizado parcialmente dentro de uma área protegida da floresta

Por André Sollitto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 14 abr 2022, 12h07 - Publicado em 14 abr 2022, 11h58

Em meio à pressão de povos indígenas e de ambientalistas, o governo do Equador anunciou nesta semana o início do processo de extração de petróleo no campo de Ishpingo. Junto com outros dois campos próximos, Tiputini e Tambococha, localizados parcialmente dentro de uma área protegida da floresta amazônica, ele forma o chamado Bloco ITT, onde estão mais de 40% das reservas brutas de petróleo do país.

Em Ishpingo, serão extraídos 3,6 mil barris por dia – de um total de mais de um bilhão que estão oficialmente localizados dentro do Bloco ITT. As reservas totais reconhecidas do Equador superam 4 bilhões de barris. A previsão é que mais 36 poços sejam perfurados na região, por meio da empresa chinesa CNPC Chuanqing Limited, especializada em engenharia de perfuração.

A extração nos outros dois campos começou em 2016, após anos de debate contra a exploração das reservas do Parque Nacional de Yasuni. Na época, o então presidente Rafael Correa tentou fazer com que a comunidade internacional pagasse ao Equador US$ 3,6 bilhões para não explorar o bloco ITT, uma tentativa de compensação financeira para não perfurar a região amazônica. Mas o fracasso da estratégia fez com que ele pedisse ao Congresso a autorização para começar o processo de exploração.

Agora, o atual governo de Guillermo Lasso quer dobrar a produção, que afirma que se a extração de petróleo mantiver o patamar atual, serão gerados US$ 60 milhões anuais, que “seriam investidos no sistema de educação, saúde e segurança”, segundo o presidente equatoriano. Em 2021, o país membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) extraiu mais de meio milhão de barris por dia, a maioria pela estatal Petroecuador.

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A decisão, no entanto, é muito criticada por ambientalistas. O Parque Nacional Yasuni está localizado a 250 quilômetros de Quito e foi eleito pela Unesco uma das Reservaas da Biosfera do planeta em 1989. É uma das regiões mais biodiversas do planeta por conta de sua localização única, abrangendo a linha do Equador, a cordilheira dos Andes e a floresta amazônica. Apenas em um hectare foram identificados mais de 100 mil espécies de diferentes de insetos – a mesma quantidade encontrada em toda a América do Norte. Além disso, abriga duas das últimas populações indígenas isoladas do mundo, os Tagaeri e os Taromenane. A exploração de petróleo na região pode prejudicar todo o rico ecossistema.

E, de fato, incidentes já foram registrados. Em janeiro deste ano, um oleoduto da empresa privada Oleoductos de Crudos Pesados (OCP) rompeu e derramou petróleo no Rio Pedra Fina, na região de San Luis, na amazônia equatoriana. A empresa afirma que o vazamento foi contido e que trabalhou para impedir que a contaminação chegasse às fontes de água.

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