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Ministro finlandês renuncia após fazer apologia ao nazismo

O parlamentar também chegou a pedir que a Finlândia apoiasse o aborto na África para combater a crise climática

Por Da Redação
30 jun 2023, 11h12

Um ministro-chave do governo da Finlândia foi forçado a renunciar ao cargo nesta sexta-feira, 30, dez dias depois de ter feito comentários com apologia ao nazismo. Vilhelm Junnila deixou o governo e pediu desculpas pela escolha de palavras, admitindo que fez uma “piada de mau gosto”.

“Pela continuação do governo e da reputação da Finlândia, vejo que é impossível para mim continuar como ministro de maneira satisfatória”, afirmou no discurso de renúncia ao ministério da Economia.

Junnila, que é membro da legenda de extrema direita Partido dos Finlandeses, fez piadas com a saudação do Terceiro Reich, “Heil Hitler”, e também deu uma palestra em um evento com a presença de neonazistas. Além disso, vieram à tona comentários do parlamentar pedindo que a Finlândia apoie o uso do aborto na África como ferramenta para combater a crise climática.

O ex-ministro da Economia escreveu em 2019 que “seria justificado que a Finlândia promova o aborto climático”, que ele afirmou ser “um grande salto para a humanidade”.

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“Nas sociedades subdesenvolvidas da África, o número de crianças pode ser enorme, e o problema se agrava ainda mais à medida que as mudanças climáticas as levam, devido à fome, doenças e condições climáticas extremas, a buscar uma vida melhor em áreas com uma pegada de carbono ainda maior”, afirmou Junnila, segundo os registros oficial do Parlamento.

O ex-ministro passou a ser visto com desconfiança após viralizarem imagens dele discursando em um evento de 2019 da Coalizão de Nacionalistas, um grupo guarda-chuva de extrema direita.

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No mesmo ano, Junnila brincou sobre o número 88 em um evento de campanha do Partido dos Finlandeses, usado pela extrema direita como um código para a saudação nazista “Heil Hitler” (“H” é a oitava do alfabeto).

Na ocasião, ele parabenizar um colega de legenda por seu número de candidato, 88.

“Antes de mais, parabéns pelo excelente número eleitoral. Eu sei que é uma carta vencedora. Este 88 refere-se, é claro, aos dois ‘H’s, mas não vamos nos alongar sobre isso”, afirmou Junnila.

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Mais tarde, nas redes sociais, ele se desculpou pelos “erros”. “Espero que esteja claro para todos que condeno forte e absolutamente o Holocausto, o antissemitismo e todos os atos antissemitas”, escreveu o ex-ministro no Twitter.

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O caso desestabilizou o frágil governo de coalizão, formado após 11 semanas de negociações. O primeiro-ministro, Petteri Orpo, formou uma aliança de quatro partidos que incluía a legenda de extrema direita, que controla sete dos 19 ministérios.

O novo governo é considerado o mais direitista da história da Finlândia por causa de seu programa de austeridade e redução da imigração.

Para os políticos de esquerda do país, Junnila não teve outra opção além de renunciar.

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“Isso já causou uma grande quantidade de danos à Finlândia”, disse Li Andersson, líder do partido de oposição Aliança de Esquerda. “Este também foi o primeiro teste da liderança do primeiro-ministro Petteri Orpos, e ele falhou. É muito embaraçoso que eles tenham votado a favor da confiança de Junnila apenas dois dias atrás.”

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Na quarta-feira 28, os parlamentares governistas votaram pela permanência de Junnila no cargo. Na ocasião, mais de mil manifestantes se reuniram do lado de fora do parlamento para criticar o governo.

Anna Moring, secretária do Partido Verde, disse que as opiniões do ex-ministro estão refletidas no programa do governo, que planeja endurecer as regras de cidadania e o acesso dos imigrantes a programas de benefícios do Estado.

“Essas atitudes racistas são visíveis em todo o governo”, acusou Moring. “O mundo teve uma imagem positiva da Finlândia sob o governo anterior, como um país acolhedor com um histórico positivo em direitos humanos, mas este governo agora está cortando as asas dessa imagem.”

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