A chanceler alemã Angela Merkel declarou nesta segunda-feira que está disposta a reconquistar a confiança dos alemães, no dia seguinte à derrota de seu partido pelos populistas de direita, que a denunciam por sua política de abertura aos migrantes. “Todos devem refletir sobre o que podemos fazer para voltar a ganhar a confiança e, naturalmente, eu em primeiro lugar”, afirmou a chanceler à margem da cúpula do G20 que se celebra na China
Merkel insistiu, no entanto, que sua decisão de receber os refugiados em massa em 2015 foi boa. “Ainda temos muito o que fazer para voltar a ganhar a confiança, e o tema da integração e do reenvio dos migrantes que não têm autorização de estada terão um papel muito importante”, enfatizou.
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Um ano depois de Merkel abrir as portas da Alemanha aos refugiados, o partido anti-imigrantes alemão AfD (Alternativa para Alemanha, na sigla em alemão) ficou em segundo lugar nas eleições regionais em Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental, com 21% dos votos, atrás apenas dos sociais-democratas e superando o CDU (União Democrata Cristã, na sigla em alemão) da chanceler.
Criado em 2013, o AfD reforça sua posição na cena nacional, agora representado em nove das dezesseis “Länder” alemãs (unidades federativas alemãs). As eleições de domingo, assim como as de Berlim em 18 de setembro, tornam-se, desse modo, um ensaio geral a um ano das legislativas.
Nova extrema-direita — A popularidade crescente da AfD é considerada “aterradora” pelo Conselho Central dos Judeus da Alemanha. “Agora, a Alemanha tem o que não existia desde o final da guerra [em 1945, em uma referência à II Guerra Mundial]: um partido de extrema-direita”, lamentou o jornal Die Welt. O partido AfD também é contra a União Europeia e defende medidas protecionistas para a economia alemã.
(Com agências Reuters e France-Presse)