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Maduro qualifica de ‘terrorista’ partido de líder da oposição venezuelana

Sigla de María Corina Machado, impedida de concorrer nas eleições, declarou que o regime tenta 'justificar mais perseguições e detenções'

Por Da Redação
27 mar 2024, 10h20

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta terça-feira, 27, que passaria a classificar o partido Vente Venezuela, de María Corina Machado, líder da oposição ao regime, como “terrorista”. Ela é favorita nas pesquisas para as eleições do dia 28 de julho, mas foi impedida de concorrer. Além disso, Corina Yoris, indicada por María Corina para substituí-la, também teve sua inscrição vetada pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

“Estão me perseguindo para tentar atentar contra minha vida, como foi demonstrado ontem com a captura dos indivíduos do movimento terrorista chamado Vente Venezuela”, disse Maduro em declaração transmitida na televisão estatal, acrescentando que melhor seria se a sigla se chamasse “Vente Terrorista”.

“Atentado”

Na segunda-feira, último dia do prazo para as inscrições nas eleições, Maduro alegou que dois homens armados que planejavam assassiná-lo foram detidos durante um comício em praça pública em Caracas. Segundo o procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, os suspeitos eram supostos apoiadores do partido de María Corina e que eles serão acusados de tentativa de homicídio.

Em resposta, Vente Venezuela declarou que as acusações eram “infundadas”, e que a classificação da legenda como terrorista era “claramente uma nova investida empreendida pelo regime para justificar mais perseguições e detenções contra aqueles que assumiram o direito de exigir as mudanças democráticas que a maioria dos cidadãos pede para o país”. Nos últimos três meses, sete membros da equipe da campanha de María Corina foram detidos, outros quatro foram sequestrados, e há ordens de prisão contra outros sete.

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Fora da eleição

Em janeiro, a Suprema Corte venezuelana confirmou a inabilitação de María Corina, impedida de disputar eleições por 15 anos. Isso deixou a candidata mais votada nas primárias da oposição em 2023, com 92% dos votos, de fora do pleito.

Entre os candidatos que conseguiram fazer a inscrição estão (claro) Maduro, o ex-preso político Daniel Ceballos, o comediante Benjamín Rausseo, o pastor evangélico Javier Bertucci, e Manuel Rosales, ex-rival de Hugo Chávez que despontou como o principal adversário do atual presidente venezuelano.

O político de 71 anos é governador de Zulia, um estado com grande produção petrolífera na fronteira oeste, com a Colômbia. Nas eleições presidenciais de 2006, ele enfrentou o falecido Hugo Chávez (1999-2013), quando o líder socialista estava no auge da sua popularidade. Ele obteve 4,2 milhões de votos, três milhões a menos do que Chávez.

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Rosales é considerado mais pragmático e negociador do que outros líderes da oposição vetados pelo governo. Ou seja, é um candidato “mais viável” para o regime, que está apostando em sua continuidade após um quarto de século no poder, de acordo com analistas. Ao mesmo tempo, é uma figura que divide a oposição, especialmente devido aos seus contatos com Maduro desde que reassumiu o cargo de governador.

Em entrevista às Páginas Amarelas de VEJA, Machado havia dito que as eleições na Venezuela não poderiam ser consideradas livres caso ela não fosse permitida a participar, dado que havia sido escolhida como representante da oposição por voto popular. E profetizou: “O regime vai continuar cortando a cabeça de candidato após candidato até encontrar um fraco suficiente que seja capaz de derrotar.”

Reação do Brasil

Na terça-feira 26, o Itamaraty expressou, em nota, “preocupação” com o processo eleitoral na Venezuela.

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“Esgotado o prazo de registro de candidaturas para as eleições presidenciais venezuelanas, na noite de ontem, 25/3, o governo brasileiro acompanha com expectativa e preocupação o desenrolar do processo eleitoral naquele país”, diz o documento do Itamaraty. “Com base nas informações disponíveis, observa que a candidata indicada pela Plataforma Unitária, força política de oposição, e sobre a qual não pairavam decisões judiciais, foi impedida de registrar-se, o que não é compatível com os acordos de Barbados. O impedimento não foi, até o momento, objeto de qualquer explicação oficial”.

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