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Ex-rival de Chávez enfrentará Maduro após cerco a candidatura da oposição

Manuel Rosales pôde se inscrever na eleição venezuelana, ao contrário do principal nome da oposição, Maria Corina Machado, e de sua aliada, Corina Yoris

Por Da Redação
Atualizado em 26 mar 2024, 11h26 - Publicado em 26 mar 2024, 11h15

O período de inscrição de candidaturas nas eleições da Venezuela chegou ao fim à meia-noite de segunda-feira 25, marcado por controvérsias. O sistema digital do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) não habilitou o acesso da candidata Corina Yoris, da Plataforma Unitária Democrática (PUD), que passou a representar a oposição ao regime de Nicolás Maduro após ser indicada pela vencedora das primárias, María Corina Machado, inabilitada a concorrer pelo Supremo. Um total de doze nomes participarão do pleito, e Manuel Rosales, um ex-rival do falecido Hugo Chávez, despontou como o principal adversário do atual chefe de Estado.

Segundo a PUD, Yoris não conseguiu realizar seu cadastro digital no prazo de cinco dias estabelecido pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), primeiro passo para a inclusão do candidato no sistema eleitoral. Assim, a professora universitária de 80 anos, que já era a “segunda opção”, não poderá enfrentar Maduro nas urnas no próximo 28 de julho.

Entre os candidatos que conseguiram fazer a inscrição estão (claro) Maduro, o ex-preso político Daniel Ceballos, o comediante Benjamín Rausseo, o pastor evangélico Javier Bertucci, e Rosales. O presidente do CNE, Elvis Amoroso, confirmou que o partido Um Novo Tempo (UNT), uma das legendas que integra a coalizão PUD, registrou Rosales com sucesso.

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Quem é Manuel Rosales

O político de 71 anos é governador de Zulia, um estado com grande produção petrolífera na fronteira oeste, com a Colômbia. Nas eleições presidenciais de 2006, ele enfrentou o falecido Hugo Chávez (1999-2013), quando o líder socialista estava no auge da sua popularidade. Ele obteve 4,2 milhões de votos, três milhões a menos do que Chávez.

Rosales é considerado mais pragmático e negociador do que outros líderes da oposição vetados pelo governo. Ou seja, é um candidato “mais viável” para o regime, que está apostando em sua continuidade após um quarto de século no poder, de acordo com analistas. Ao mesmo tempo, é uma figura que divide a oposição, especialmente devido aos seus contatos com Maduro desde que reassumiu o cargo de governador.

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Denúncias da oposição

Minutos antes do anúncio do registro de Rosales, a Plataforma Unitária Democrática denunciou que “nunca” teve acesso ao sistema de candidaturas na plataforma online do CNE desde que o processo foi aberto, na quinta-feira da semana passada, 21 de março.

“Informamos à opinião pública nacional e ao mundo que temos trabalhado o dia todo, para tentar exercer o nosso direito constitucional de nomear o nosso candidato, mas não foi possível”, disse um dos líderes da coalizão opositora, Omar Barboza, em comunicado em vídeo.

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A PUD desejava registrar a candidatura de Yoris, indicada como substituta de María Corina, que venceu com mais de 90% dos votos as primárias da aliança opositora no ano passado. Ela era favorita nas pesquisas, mas foi inabilitada para exercer cargos públicos por 15 anos.

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Em entrevista às Páginas Amarelas de VEJA, Machado havia dito que as eleições na Venezuela não poderiam ser consideradas livres caso ela não fosse permitida a participar, dado que havia sido escolhida como representante da oposição por voto popular. E profetizou: “O regime vai continuar cortando a cabeça de candidato após candidato até encontrar um fraco suficiente que seja capaz de derrotar.”

O ditador

Já Nicolás Maduro esteve pessoalmente no CNE, onde concretizou com facilidade sua candidatura, e em seguida fez um comício em uma praça central de Caracas, capital venezuelana, cercado por integrantes do Grande Polo Patriótico, coalizão criada em 2012 que reúne dez partidos ligados ao chavismo.

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Durante o ato, três pessoas foram presas, acusadas de planejar um atentado contra Maduro. De acordo com integrantes da comitiva presidencial, elas seriam integrantes do partido Vente Venezuela, o mesmo de María Corina.

Os governos de Argentina, Costa Rica, Equador, Guatemala, Paraguai, Peru e Uruguai expressaram, na tarde de segunda-feira, preocupação com os bloqueios enfrentados pelos candidatos para acessar o sistema eleitoral venezuelano.

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