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O Boeing ‘roubado’ no centro da crise entre Venezuela e Argentina

Relação piorou após Javier Milei chegar ao poder, mas atingiu níveis sem precedentes após Maduro fechar espaço aéreo para aviões argentinos na terça, 12

Por Da Redação
Atualizado em 13 mar 2024, 10h34 - Publicado em 13 mar 2024, 10h26

Um Boeing 747 da Emtrasur, subsidiária de carga da empresa aérea estatal venezuelana Conviasa. Este é o motivo de uma briga que dura quase dois anos entre a Venezuela e a Argentina, a quem o regime de Nicolás Maduro acusa de “roubar” o avião quando autoridades argentinas o retiveram, em 2022, ao aterrissar na cidade de Córdoba – a pedido dos Estados Unidos. Pois que, na terça-feira 12, Caracas elevou o tom da rixa ao fechar o espaço aéreo para voos vindos do país sul-americano. Buenos Aires, que tem se afastado ainda mais do governo Maduro desde que Javier Milei assumiu o poder, prometeu retaliação.

O “roubo”

O Boeing venezuelano aterrissou em Córdoba em junho de 2022, carregando peças automotivas do México, e de lá não alçou mais voo. Na época, autoridades do aeroporto da cidade argentina atenderam a um pedido de confisco vindo dos americanos.

Segundo Washington, a aeronave teria sido comprado pela Emtrasur da Mahan Air, uma linha aérea iraniana que é sancionada pelos Estados Unidos, e que faz voos de apoio às Forças Quds, o braço de elite da Guarda Revolucionária do Irã.

A tripulação do avião – 14 venezuelanos e cinco iranianos – também foi detida temporariamente. Depois que as pessoas foram liberadas, a aeronave continuou no mesmo lugar, aguardando deliberação da Justiça argentina sobre o caso.

A “extradição”

Foi apenas em fevereiro deste ano que uma decisão judicial concluiu que o voo do Boeing em 2022 violou uma normativa americana de controle de exportações.

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A determinação também autorizou a entrega do avião a autoridades dos Estados Unidos, o que foi feito pelo governo do presidente Javier Milei. Sem surpresa, isso irritou Nicolás Maduro, já um desafeto do argentino ultraliberal (“socialista empobrecedor”, foi como ele definiu o homólogo venezuelano).

A retaliação

No dia 29 de fevereiro, Maduro denunciou no X, antigo Twitter, que o avião teria sido totalmente desmantelado pelos americanos. “Foi cometido um crime contra um avião da Conviasa Emtrasur que foi sequestrado, tiraram as cores da bandeira, apagaram o nome de Luisa Cáceres de Arismendi e depois o cortaram em pedaços. Esse é o ódio que têm pela Venezuela revolucionária e bolivariana… É ultrajante! É um crime contra um avião que pertencia a todo o povo venezuelano…”, esbravejou nas redes.

https://twitter.com/NicolasMaduro/status/1763339748934877520/photo/1

Como forma de retaliação, Caracas anunciou o fechamento de seu espaço aéreo para quaisquer aviões argentinos, sejam de carga ou turísticos, comerciais ou privados.

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O ministro das Relações Exteriores venezuelano, Yván Gil, defendeu no X que a Venezuela tem soberania sobre seu espaço aéreo e chamou o governo argentino de “neonazista”, “submisso” aos Estados Unidos, além de acusar o país de “pirataria e roubo”.

“A Venezuela exerce plena soberania em seu espaço aéreo e reitera que nenhuma aeronave que provenha ou se dirija à Argentina poderá sobrevoar nosso território, até que nossa empresa seja devidamente compensada pelos danos causados”, declarou Gil.

“Ações diplomáticas”

O fechamento do espaço aéreo afeta e muito Buenos Aires. A principal companhia aérea do país, a estatal Aerolíneas Argentinas, precisa cruzar o espaço aéreo venezuelano em grande parte das rotas (para os Estados Unidos, principalmente Nova York e Miami, bem como para a turística Punta Cana, banhada pelo Mar do Caribe, na República Dominicana).

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O porta-voz de Milei, Manuel Adorni, afirmou na terça-feira que o governo argentino vai responder a Caracas com “ações diplomáticas”. “A Argentina não se permitirá ser extorquida por amigos do terrorismo”, disse ele.

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