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Lula questiona oposição da Venezuela usando comparação com Bolsonaro

Presidente diz que 'nada vale' nas urnas se oposição local 'tiver o mesmo comportamento que a daqui'; governo Maduro marcou pleito para 28 de julho

Por Da Redação
Atualizado em 6 mar 2024, 15h25 - Publicado em 6 mar 2024, 14h11

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) questionou a legitimidade da oposição na Venezuela nesta quarta-feira, 6, fazendo uma comparação com seu rival político Jair Bolsonaro (PL). O petista disse que “nada vale” se o adversário do atual presidente, Nicolás Maduro, tiver o mesmo comportamento que a oposição ao seu governo no Brasil.

O mandatário brasileiro deu a declaração a jornalistas em Brasília, pouco antes de receber o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sanchéz, no Palácio do Planalto. Ele havia sido perguntado se confiava em que as eleições na Venezuela seriam justas e livres e se a corrida eleitoral teria outros candidatos que não Maduro.

“O que eles (Venezuela) me disseram, da reunião que tive na Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), é que vão convidar olheiros do mundo inteiro. Mas se o candidato da oposição tiver o mesmo comportamento que o nosso aqui, nada vale”, disse Lula.

Muy amigos

Desde que venceu as eleições em 2022, Lula fez uma série de acenos a Maduro. Recebeu-o em Brasília para a primeira visita do ditador venezuelano ao país desde 2015, às margens da cúpula da Celac. Depois de uma série de abraços e tapinhas nas costas, Lula descreveu seu convidado, que em 2020 foi acusado pelo governo dos Estados Unidos de “narcoterrorismo”, como vítima de “uma narrativa construída de autoritarismo”.

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Declarou ainda “absurdo” rotular Maduro de líder ilegítimo, visto que foi “eleito pelo povo”; um argumento que evita o contexto das eleições de 2018, que 60 governos em todo o mundo declararam terem sido marcadas por fraude.

Inabilitação da oposição

A Comissão Nacional Eleitoral da Venezuela confirmou na terça-feira, 5, o dia em que o país terá eleições presidenciais, 28 de julho, data de nascimento de Hugo Chávez, líder do país até sua morte, em 2013, e mentor político de Maduro. O dia escolhido para o anúncio, 5 de março, por sua vez, é a data em que o ex-presidente faleceu.

Isso dá pouco espaço de manobra a María Corina Machado, a engenheira civil que venceu as primárias da oposição no ano passado, para escolher uma candidatura unificada contra Maduro, com acachapantes 99% dos votos. Uma pesquisa realizada em novembro revelou que ela ganharia 70% dos votos numa disputa com o atual líder do país, que ficaria com apenas 9%.

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Por isso, não foi nenhuma surpresa quando, em 27 de janeiro, o Supremo venezuelano, cheio de comparsas de Maduro, ratificou uma proibição contra a política, barrada de concorrer a cargos públicos por 15 anos.

Isso deve impedi-la de disputar a Presidência neste ano – a não ser que uma grande reviravolta ocorra.

Neste ano, Maduro intensificou ainda mais a repressão contra opositores na Venezuela. Além da inabilitação de Machado, o governo expulsou a agência das Nações Unidas de direitos humanos do país e também mandou tirar do ar o sinal da emissora alemã Deutsche Welle, que havia recentemente veiculado denúncias contra o alto escalão do regime.

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