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Madri exige que Catalunha esclareça declaração de independência

Premiê espanhol acusa líder catalão de criar "confusão deliberada" e afirma que resposta de Barcelona definirá os "próximos acontecimentos"

Por Da redação
Atualizado em 11 out 2017, 19h41 - Publicado em 11 out 2017, 09h46

Em resposta ao pronunciamento do governo catalão, o primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, exigiu formalmente nesta quarta-feira que o líder da Catalunha, Carles Puigdemont, esclareça se a independência da região foi declarada. A posição do premiê espanhol foi tomada após uma reunião de emergência com ministros do governo em Madri.

Os esclarecimentos, segundo Rajoy, são importantes “diante da confusão gerada pelos acontecimentos ocorridos ontem no Parlamento da Catalunha”. Madri acusa Puigdemont de criar uma “confusão deliberada” sobre a declaração de independência da Catalunha, que foi seguida de sua suspensão. O presidente catalão justificou a medida para criar uma oportunidade de “diálogo nas próximas semanas” com o governo espanhol para resolver a questão catalã.

Em uma ameaça velada, Rajoy disse que os esclarecimentos são necessários para “qualquer medida que o governo possa adotar mediante o uso do Artigo 155 da Constituição”, que outorga a intervenção pontual em alguns aspectos da autonomia regional e dá ao governo espanhol poderes para destituir o atual Parlamento na Catalunha e convocar novas eleições.

A resposta de Barcelona, segundo comunicado lido por Rajoy, “marcará o futuro dos acontecimentos dos próximos dias”. O primeiro-ministro espanhol não deu um prazo para Puigdmont elucidar o pronunciamento sobre a independência, mas espera que o líder catalão “volte à legalidade”. Segundo a vice-premiê Soraya de Santamaría, o líder catalão, na luz dos confusos acontecimentos da terça-feira, “não sabe onde está, aonde vai, nem com quem quer ir”.

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Reforma constitucional

O ministro das Relações Exteriores espanhol, Alfonso Dastis, declarou que Madri está disposto a dialogar e negociar com as lideranças catalãs, mas “dentro da Constituição e com os meios oferecidos pelo nosso Estado de direito”. Para o chanceler, o discurso de Puigdmont foi uma “armadilha”, e o fato de assumir “o direito à independência para depois suspender os efeitos da declaração é algo incompreensível”, disse em entrevista à emissora francesa Europe 1.

Dastis considerou a possibilidade de uma reforma constitucional para uma futura consulta sobre a independência, mas reiterou que um referendo deveria seguir os “procedimentos da Magna Carta”. “Não podemos aceitar que uma parte dos catalães decida pelo todo, que é a Espanha. Não poderíamos fazer um referendo exclusivamente para os catalães”, afirmou.

O líder do Partido Socialista (PSOE), Pedro Sánchez, encontrou-se com Rajoy nesta quarta-feira e declarou, após o comunicado do premiê espanhol, que “chegou a hora de abordarmos a reforma constitucional em nosso país”. Contrário à independência da Catalunha, Sánchez revelou que, após “diversas em conversas em particular”, firmou um acordo com o Rajoy para que seja feito, “quanto antes”, uma avaliação em seis meses da atual estrutura de governo para que comecem os debates no Congresso.

(Com EFE)

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