Lula conversa com Boric sobre conflito entre Israel e Hamas
Após troca de farpas, presidentes de Brasil e Chile parecem aparar arestas; No Brasil, petista foi criticado por falta de repreensão firme ao Hamas
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou por telefone nesta terça-feira, 10, com o líder chileno, Gabriel Boric, sobre os ataques entre Israel e Palestina, e as consequências da guerra para a população civil.
Ambos também “reafirmaram as boas relações entre os dois países e falaram sobre a conjuntura da América do Sul”, segundo o Planalto. A ligação parece reestabelecer um coleguismo entre os chefes do executivo, outrora arranhado por trocas de farpas.
Em julho deste ano, Lula chamou o presidente do Chile de jovem “sequioso e apressado” por criticar a postura de nações da América Latina que não concordaram em condenar a Rússia por sua guerra na Ucrânia no comunicado final da cúpula Celac-União Europeia, em Bruxelas.
Boric, contudo, não rebateu as críticas, e disse para jornalistas à época que nutre um “respeito infinito e muito carinho” pelo petista.
+ Lula chama Boric de juvenil e apressado por cobrar postura contra a Rússia
O diálogo desta terça ocorreu em meio ao início das operações do Brasil para repatriar os cidadãos que desejam fugir das zonas de conflito em Israel. Nas redes sociais, Lula afirmou que o governo federal está “atento e trabalhando” para atingir esse objetivo.
A primeira aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) decolou de Tel Aviv nesta terça-feira, e vai trazer de volta para a casa uma leva inicial de 211 passageiros. Um segundo avião, com o mesmo perfil de cerca de 210 lugares, que já está na Europa, fará o trajeto entre Israel e o Brasil nesta quarta-feira, 11.
A Operação Voltando em Paz, coordenada pelos Ministérios da Defesa e de Relações Exteriores, é composta por um total de seis aeronaves, e elas prometem seguir em missão ao longo dos próximos dias.
Nesta terça, o embaixador israelense em Brasília, em entrevista a VEJA, cobrou o governo Lula por uma resposta mais veemente ao conflito na Faixa de Gaza e à condenação do Hamas como grupo terrorista.
“Quando a condenação chega com ‘mas’, é uma coisa difícil”, disse, depois que o assessor da Presidência, Celso Amorim, afirmou que ataque do grupo palestino veio após anos de “tratamento discriminatório”.